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Enquanto aqui no Brasil, voltamos a curtir a velha corrupção, agora com o Governo Lula querendo dizer que o roubo dos velhinhos do INSS não é de sua responsabilidade, eis que na França a grande discussão é a Lei da Eutanásia.
Os ses querem ter o direito, da assim chamada ,“morte feliz”, por assistida.
Querem ter o direito de poder invocar o auxílio médico para morrer.
Um grande debate então acontece, com os prós e contras se digladiando mais uma vez.
Razões éticas, outra religiosas, e até exposições práticas são expostas, cada qual com seus pretextos, afinal a eutanásia e o suicídio assistido estão ocupando o escopo das legislações no mundo inteiro.
Nos vizinhos da França, e na Holanda, por exemplo, isso há vinte e três anos, encomendar a própria morte não se faz vergonhoso nem excepcional.
Segundo a reportagem do Le Figaro de 23 de maio, cerca de 10.000 pessoas daqueles Países Baixos morreram por injeções letais no ano que ou.
Pelo menos foi o que disse Fransien van ter Beek, uma morena de cabelos cacheados, dirigente da associação holandesa para o fim voluntário da vida (NVVE), enaltecendo o assim chamado, “morrer junto”, ou “eutanásia dupla”, jargão conhecido, por estar na moda inclusive, por ampla divulgação de bons resultados.
Neste sentido foi ampla a badalação dos bons serviços da NVVE, afinal nos idos de fevereiro de 2024, o ex-primeiro-ministro Dries van Agt e sua esposa tiraram a própria vida juntos, uma notícia que aumentou consideravelmente os pedidos de 33 casais eutanasiados em 2023, para 54 em 2024.
Para poder ser sacrificado junto com seu parceiro, tranquiliza uma Sra Agt, também ouvida na reportagem, se é que isso reste aliviante: “cada um deve atender a critérios rigorosos com dois médicos injetando a substância letal, evitando que um veja o outro morrer.”
E continua: “Este é o objetivo de qualquer pedido de eutanásia; evitar sofrimento, seja ele qual for. E mantendo o controle até o final”.
Uma outra testemunha ouvida, cita sua escolha pessoal e familiar, como se fosse uma experiencia notável, agradabilíssima: “Aos 70 anos, minha tia estava em ótima forma física, mas começou a desenvolver sintomas de Alzheimer. Aos poucos, ela se perdeu nas ruas, ou a esquecer as coisas. Seu corpo poderia ter vivido mais quinze ou vinte anos, mas sua cabeça não a impulsionava mais. Então, ela optou pela eutanásia. Ela não sorria, mas temia que a demência um dia a impedisse de formular isso com clareza ao seu médico: daí ela tomou a iniciativa. Ela se despediu de mim e dos meus filhos e depois morreu. Amanhã, meus primos e eu nos encontraremos no aniversário dela para comemorar”.
Dito assim, como um relato fácil, parecendo a receita de uma torta, a programação de uma morte assistida se tornou comum na Holanda, estabelecendo-se gradualmente como uma nova possibilidade em todos os níveis da sociedade.
Entre os obituários publicados em jornais, não é raro ver escrito: “Ela morreu como viveu: independente”, ou ainda: “Ele decidiu acabar com seus dias”, ou ainda: “Sua morte foi tão livre quanto sua vida”.
Lendo tais formulações, os holandeses entendem que os barbitúricos foram envolvidos no processo.
Em alguns distritos a oeste de Amsterdã, uma em cada cinco pessoas recorre a eutanásia.
Uma taxa que vem crescendo, em torno de 9% ao ano, que faz aumentar também a taxa de suicídio.
Em 2024, quase 6% das mortes na Holanda foram causadas por injeção letal, geralmente em casa, na presença de um médico.
A maioria tinha câncer terminal.
No ano ado, cerca de 10.000 pessoas fizeram essa escolha. Quantos haverá em 2040?
Ninguém mais tem vergonha de tocar no assunto. “Minha mãe quer ser eutanasiada um dia, tem medo de ficar impotente. Ela nos avisou. Como poderíamos nos opor a isso?”, questiona em voz alta um advogado de rosto sincero no meio de uma refeição.
“É a escolha dela, temos que respeitar. Até meu pai, que é contra a eutanásia, terá que aceitar. O processo para solicitar a eutanásia é individual: em nenhum momento a família é envolvida no processo, a menos que o paciente deseje”
Todavia, alguns familiares desses desaparecimentos voluntários às vezes se arrependem. “Por que ele foi embora tão rápido? Ele poderia ter ficado conosco e visto seus netos crescerem por pelo menos mais um ou dois anos”, disse uma garota, cujo pai, um médico aposentado, organizou uma grande festa na praia com os amigos, uma espécie de “enterro dos vivos”, antes de receber a morte por seringa, convencido de que seu câncer o exporia em médio prazo a um sofrimento físico que ele não desejava…
Tomar tal decisão enquanto se é, ainda valente, torna alguém menos compreensivo com aqueles que am as dificuldades sem recorrer a tais expedientes?
A reportagem do Le Figaro encara tal preferência dos Holandeses como algo inerente ao individualismo e ao seu puritanismo, e até mesmo ao indiferentismo religioso ali crescente, com os seus templos cada vez mais esvaziados, sendo transformados em ginásios e ambientes de exposição, onde numa população de 18 milhões de pessoas, 3 milhões são protestantes, 2 milhões são católicos e tanto igual de muçulmanos, estão imersos num grande lago ateísta.
Na reportagem, o jornal fala dos Holandeses como seres indiferentes, circulando pelas suas cidades com o “nariz para cima em suas bicicletas”, com se isso fosse bem diferente em outros lugares onde o calor humano, a solidariedade e a empatia mútua fossem maiores.
A lei holandesa permite a eutanásia desde que dois médicos a prescrevam, afirmando o sofrimento inável e sem esperança de melhoria do paciente.
O pedido de eutanásia deve ser cuidadosamente considerado, voluntário e que não haja outra “opção realista”, seja lá o que isso represente, afinal em muitos casos os próprios familiares, planos de saúde, etc, querem se ver livre do doente, até por economia…
Em outra vertente, o paciente deve estar lúcido ao fazer sua solicitação e a eutanásia só pode ser realizada por um médico que istre a dose letal de um medicamento preparado em uma farmácia para esse fim.
Em 3% dos casos, fala a reportagem, os pacientes preferem o suicídio assistido: eles então engolem um medicamento ou preparação líquida fornecida por um médico, na presença dele, como se estivessem fazendo um gesto de soberania sobre a própria vida.
Por outro lado como o ato de matar não é neutro para ninguém, nem para os carrascos; “Os médicos preferem eutanasiar no final do dia para poderem ir para casa depois”, murmura o diretor da organização de referência pró-eutanásia NVVE, mesmo porque em alguns casos o “doente demora a morrer”, como disse Jeannette van Andel, uma médica aposentada que realizou cerca de dez eutanásias e suicídios assistidos: “Certa vez, tive que esperar quatro horas de braços cruzados ao lado de um paciente que havia bebido o produto”, só para dizer “que cápsulas e preparações bebíveis têm uma eficácia mais aleatória do que uma injeção, os pacientes podendo vomitar, reagir mal ou morrer muito lentamente…”
A parte tudo isso, estou a lembrar um texto de Balzac, salvo engano , que relata a vida de um carrasco Samson, ao tempo da Revolução sa, cujo viver era sombrio em meio às necessidades vitais e seus dramas pessoais perante sua própria consciência.
Porque é terrível imaginar que um médico, cuja missão é salvar vidas, tenha se especializado por fim, em promover e istrar a eutanásia; tudo sem dor, sem comoção, com extremosa complacência e caridosa ternura, com infinda delicadeza e mais-que-suprema: eficiência!
Tudo porque o mercado de trabalho sempre irá requerer os manipuladores eficientes das cordas das forcas de todos os patíbulos, os cutelos bem zelados e amolados das guilhotinas, se legalizadas retornarem, e das inoculações indolores permitidas nas veias de suas vítimas e/ou pacientes…
Sem falar que ao Direito de matar e de morrer, pode fazer surgir o dever de morrer, por alto custo no tratamento, por exemplo, como uma obrigação imposta por planos de saúde, que terão por sequencia a eutanásia, afinal tudo tem um custo, da maternidade, ao papa-defunto e seu jazigo.
Coisas da vida, com a Eutanásia surgindo como um direito, uma obrigação e, por que não? Um convite!
Cada um com o seu problema.