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Em Sergipe, os médicos estão no comando dos órgãos ligados à saúde. E isso é bom. No governo anterior, entre outros, tivemos um advogado e um economista na Secretaria da Saúde, um jornalista no Hemolacen e um engenheiro na Ipes. Sem contar com a hegemonia das enfermeiras nos postos de gestão das unidades de saúde, fato que ocorre há anos. Não sou contra a presença de profissionais não médicos no comando desses órgãos. Não sou. Ao contrário, considero que um cidadão de qualquer profissão, desde que com graduação superior, pode assumir com autoridade a difícil e desgastante tarefa de comandar um órgão público. Naturalmente que outros fatores são importantes, como a formação intelectual, moral, probidade, disponibilidade, equipe engajada e responsabilidade com a coisa pública. A lei que regulamenta o ato médico, ainda em tramitação no Congresso Nacional, prevê como não privativo do médico a chefia de órgãos istrativos no âmbito da saúde. Portanto, vou deixar bem claro que não defendo qualquer forma de corporativismo quando o tema desbanca para o que se pretende chamar de reserva de mercado. Estou apenas comentando um fato com seus desdobramentos. O Secretário de Estado da Saúde é médico (Rogério Carvalho), o do município também (Marcos Ramos). Temos ainda um médico à frente da Secretaria de Estado da istração (Jorge Alberto) e outro na Smtt (Antonio Samarone). Roberto Gurgel comanda o Hemolacen. Numa das diretorias desse órgão, encontra-se o colega Sérvulo Nunes. O ginecologista Jorge Viana, atual presidente da Unicred Aracaju, está na Diretoria de Assistência do Ipes. Outros médicos comandam hospitais, órgãos públicos de prefeituras municipais e dirigem autarquias e fundações. Vale ressaltar que parte desses profissionais também milita em entidades de classe, a Sociedade Médica de Sergipe e o Conselho Regional de Medicina, ocupando cargos de diretoria. Não resta dúvida que a presença de membros da Somese e do Cremese no comando de órgãos públicos representa, de alguma forma, prestígio para as entidades. No entanto, como continuar defendendo os interesses da categoria médica, para os quais foram eleitos, sem entrar em rota de colisão com as novas atribuições e desafios inerentes aos cargos que assumiram por indicações políticas ou partidárias">
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