Arquivos Odilon Machado 6n2872 O que é notícia em Sergipe /categoria/blogs/odilonmachado/ Thu, 22 May 2025 11:39:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 /wp-content/s/2018/07/cropped-ico-32x32.png Arquivos Odilon Machado 6n2872 O que é notícia em Sergipe /categoria/blogs/odilonmachado/ 32 32 Tão falsos 733d2l como notas de Três Reais. /blogs/odilonmachado/tao-falsos-como-notas-de-tres-reais/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Thu, 22 May 2025 11:39:37 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=588009 <![CDATA[

Como uma nota de Três Reais é a valia real da opinião publicada dos que usam sua coluna em mal disfarçado proselitismo político. Digo assim, porque o proselitismo político só deveria existir nos periódicos circunscritos aos partidos e às respectivas agremiações partidárias. Na minha infância, por exemplo, o Diário de Sergipe era o Jornal bastião […] 6n3569

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Como uma nota de Três Reais é a valia real da opinião publicada dos que usam sua coluna em mal disfarçado proselitismo político.

Digo assim, porque o proselitismo político só deveria existir nos periódicos circunscritos aos partidos e às respectivas agremiações partidárias.

Na minha infância, por exemplo, o Diário de Sergipe era o Jornal bastião do Partido Social Democrático (PSD), seu aliado, com o Partido Republicano (PR), ambos partidos dos Leite, dos irmãos José Rollemberg Leite e Francisco Leite Neto, e do tio de ambos o Perrepista, Júlio Cesar Leite, dirigido pelos Deputados Pedro Barreto de Andrade e meu pai, Manoel Cabral Machado.

Nas minhas lembranças, o Diário de Sergipe funcionava no então bem chamado, “Beco do Açúcar”, na Travessa Deusdedith Fontes, localizada entre as Ruas de Laranjeiras e São Cristóvão, proximidade de um mictório publico, que se destacava pela imponência dos coletores de urina confeccionados em louça, algo que em minhas recordações infantis, creio hoje que bem serviria para bons desfechos eflúvios de gangsters à moda Al Capone de Chicago, sobretudo para consumação de suas desforras.

Mas, já que enveredei por becos, direi que existia também o “Beco dos Cocos”, lá pras bandas dos Mercados Antonio Franco e Thales Ferraz, próximo ao “Vaticano”, na Travessa Silva Ribeiro, de dia um operante logradouro comercial, e à noite, uma zona boêmia, um lugar feérico onde a mocidade sergipana, entre muitos risos e cores, e alguns velhos também, se compraziam e se divertiam, permutando vastas levas de cocus e levedos, sem muitas preocupações higiênicas.

Existia, todavia, uma preocupação notável: o poder publico naquele tempo semeava pela cidade alguns banheiros e sanitários, hoje não tanto!

E se falei acima de um mictório, direi que Aracaju tinha um outro mijador, bem famoso, por central.

Era uma casinha redondinha e bonitinha, situada no centro da Praça  Almirante Barroso, justo numa posição em que as estátuas do Padre Olímpio Campos e do Tribuno Fausto Cardoso, mortos a bala em 1906, não conseguiam se enxergar, afinal um exalo de fedentina os separavam…

Deixando agora a micção e a urina e voltando aos Jornais, e ao Diário de Sergipe em particular, direi que do seu apoio vingaram dois Governador do Estado, José Rollemberg Leite e Arnaldo Rollemberg Garcez, dois Senadores da República: Francisco Leite Neto e Julio Cesar Leite e vasta gama de Deputados e Vereadores.

Em oposição ao PSD vinha o Correio de Aracaju, pertencente a União Democrática Nacional (UDN), agremiação liderada por Leandro Maynard Maciel, Luiz Garcia e Heribaldo Vieira, que os elegeu Governadores e Senadores, bem como vários próceres entre Deputados e Vereadores.

Distanciado da luta político-partidária, mas coerente com o seu pensamento conservador e religioso, vinha o semanário A Cruzada, jornal ligado à então Diocese de Aracaju, tempo dos Bispos Dom Fernando Gomes e Dom José Vicente Távora, no qual escreviam vários nomes da Ação Católica de Sergipe, como José Silvério Fontes e meu pai,Manoel Cabral Machado, liderados pelos Padres Luciano Cabral Duarte, depois destacado Arcebispo de Aracaju e pelo Monsenhor João Moreira Lima, aguerrido pregador anticomunista ferrenho, fundador do Círculo Operário Sergipano.

Outros jornais se destacavam, já que meu pai os assinava todos: “O Nordeste”, ligado ao Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB de Getúlio Vargas, liderado pelo Deputado Francisco de Araújo Macedo;  o “Sergipe Jornal”, do Jornalista Paulo Costa, pai do articulista e escritor, Luiz Eduardo Costa, ambos de excelente redação, que nas minhas lembranças, pontuava uma opinião sempre elogiável por independência e sobriedade, e a “Gazeta Socialista”, do Jornalista Orlando Dantas, ligado à chamada “Esquerda Democrática”, quiçá apêndice do Partido Socialista Brasileiro, o PSB, agremiação de poucos adeptos, tendo Orlando Dantas, trocado o nome para Gazeta de Sergipe, virando diário, após o Movimento Militar de 1964, semeando grande leva de jornalistas, com destaque para Luiz Antônio Barreto, Ariosvaldo Figueiredo, os irmãos Rosas, José e Francisco, e tantos outros articulistas notáveis, como Paulo Dantas Brandão, seu neto e sucessor, e Zózimo Lima com suas deliciosas “Variações em Fá Sustenido”.

A parte estes jornais, havia publicações outras de vertente comunista, muitas vivendo na clandestinidade por proibidas, desde que o Partido Comunista Brasileiro o PCB e/ou PCdoB, foram decretados “fora-da-lei”, com os seus Deputados, como Armando Domingues, e Vereadores, como Carlos Garcia, sido apeados do mandato, por consequência da Guerra Fria, isso no Governo Dutra, em vida efêmera.

Ou seja: tais publicações tinham um interesse político, motivação que faria surgir as Emissoras de Rádio, a Estatal-Difusora, Aperipê, a Liberdade de Albino Silva da Fonseca, a Jornal do PSD-PR, a Cultura da Diocese, e todas as outras que surgiram depois, como a Atalaia do Empresário Augusto Franco, sendo seguidas pelas Repetidoras de Televisão; Tupi, Globo, Manchete, etc.

Digo tais exemplos por lembrança, porque estes órgão comunicadores tinham o seu interesse político.

No caso nosso em questão, como tais órgãos se fizeram muito apoiadores ao Regime Militar vigente, e então já decadente, a oposição nascente, com José Carlos Teixeira, Gilvan Rocha e Jackson Barreto, sobretudo este último, começou a vergastá-los na telinha com graça e criatividade, cunhando a conhecida marca depreciativa: “Rede Baiacu de Radio e Televisão”, sobretudo quando os canais de TVs eram abertos para os assim chamados “Horários Políticos”, sob os auspícios do Tribunal Regional Eleitoral.

Necessário dizer também, que estribado nesse amplo acervo informacional foi construído uma ampla aliança que se fez vitoriosa entre João Alves Filho e Albano Franco, que enquanto juntos e aliados, ganharam todas as eleições que disputaram. E só perderam depois pelas cizânias de alguns dos seus apaniguados, que construíram mais divisões que unidade.

Hoje, porém, quem ousar encontrar uma consistência programática, uma independência lógica, uma boia evitando soçobrar nos afundamentos da vida, encontrará nos escritos publicados na nossa imprensa uma âncora para mergulhar de vez, e mais rápido, nas trevas da ignorância.

Pelo menos, naqueles que visito, e cada vez deles me afasto…

Porque ninguém ali se salva, frequentando os seus escritos, nem melhora, pelo memos, qualquer coisa, com suas opiniões, em mal disfarçada isenção…

Anima-lhes uma reles torcida, espécie de clubismo, que a isso eu não condeno, e louvaria até, mas fingir uma rota independente, em juras de imparcialidade, aí não me conquista…

Sobretudo se parcial é o seu pensar, fazendo-se cruel mais das vezes, e ferino, contra aquele ou aquilo que lhe não é perfume.

Ideologicamente, em maioria, muitos se confessam de esquerda, por progressista e tolerante, perfumoso e bem-falante…

Porque as esquerdas, sempre elas, e só elas, quem não se lembra?, só elas tinham as soluções para os grandes temas da sociedade…

Com esse enviés; elas cresceram; se fizeram quase unanimidade no mundo, e depois aram a naufragar, como enorme navio sem rumo, e sem abalroar percalços para culpar no seu acaso de rota, por iceberg desinfeliz, soçobrando por fim, sem empuxes nem repuxes, que lhe dê bons flutues. Ou seja: está afundando sozinha, e sem marujos!

Agora mesmo há um tsunami de denúncias contra os descontos indevidos dos velhinhos do INSS, no entanto nada disso abala os nossos beletristas opinadores da política, na sua campanha de desinformação diária pela nossa imprensa.

Por que falar desse furto, se foi fruto ou usufruto para um bom amparo social, e porque o seu remexer sindical, afetará cada vez mais o governo de seu apoio, do velho Lula de seu aboio abstruso, que sempre obtuso piora; o nosso viver?

Não tem sido assim, por anos a fio, quebrando a nação?

E agora sobretudo, quando a troça o acompanha em ampla infelicidade, vaiado até por uma leva de Prefeitos desocupados em Brasília.

Ou não está sendo assim em todo canto desse país, e no nordeste também, terra que lhe deu 70% dos votos apurados na última eleição? Sua vitória só surgindo pela tola união nordestina; gloriosa, por glosa; equivocada!

Um equívoco descabeçado, porque o comum nos nossos municípios e paróquias é uma polarização de grupos, espécie de divergência clubística e pastoril, azul, encarnada, com os jacarés e crocodilos se mordendo, lagartixas subindo todas as lisas paredes, que unidas ficaram vendo em Lula, o novo alforriado, o remédio único da nação, seu veneno, sua peçonha, sua falta de vergonha, dele e nossa, que nada aprendemos e com ele só erramos…

E assim eis o Lula III, ou , fazendo mais do mesmo, mensalão e petrolão, que se foram sem saudades, nem cadeias de necessário presídio, e agora com o furto dos velhinhos distantes, lá do longínquo Amapá, que ninguém quer conhecer, nem ir pra lá, mesmo sendo vizinho da França, um país europeu charmoso, nos confins do Orinoco!

Amapá, justo um dos Estados mais novos, benjamins, e que tem dois Senadores muito importantes por aguerridos, infelizmente; o Presidente, Davi Alcolumbre, alcunhado de Batoré, e o esganiçado, Randolfe Rodrigues, defensor ferrenho do DPVAT aquele imposto que morreu, mas logo, logo, ressurgirá!

Porque diferente de Jesus, que só ressuscitou uma vez, a corrupção no Brasil volta e meia ressuscita…, igual a inflação endêmica, sempre recidivando e combalindo essa nação infeliz…

Mas, como eu dizia, a imprensa como cédula invalida de R#3,00, tudo quer acobertar…

Ninguém fala, ninguém diz nada, parece Nero tocando harpa, compondo versos, enquanto Roma arde, esbraseia…

Quem sabe se o seu trinado não acalma o fogo, realçando a sua beleza?

– “Mas, o fogo é tão longe! – dirão – Ora bolas! Só chamuscou uns velhinhos…”

– “E em Sergipe mesmo, ao que parece, ninguém lesou nem foi garfado…” Graças a Deus ou termos poucos Asmodeus!

– “Para quê deles falar, pelamordedeus!, se estão tão distantes? ‘Tão longe, de mim distante/ Onde irá o meu pensamento!’  Não era assim que cantava o Campineiro Carlos Gomes, que preferiu morrer no distante Grão Pará?!”

– “Por quê os guaiamus de Aracaju deverão ser incomodados com o Desmando do INSS, com os eios com o avião repleto de convivas para a Missa de Corpo Presente do Papa Francisco?”

– “Por quê os caranguejos daqui devem reprovar os muitos valsejos de tanta gente que saiu no buxo do avião presidencial para curtir goles de vodca ouvindo balalaica e mordiscando ovas de beluga, na Rússia com Vladimir Putin, e sofrer baculejos outros, por chineses, de Xi Jinping, que nos dará em contrapartida o Know-How necessário para calar as inconvenientes Redes Sociais?”

– “Por quê os nossos aratus e maçunins não deveriam prantear o uruguaio José Mujica, por quem o Brasil deve carpir, para melhor esquecer a fraude inútil do INSS, que não será única, nem a última, nesse governo?”

Pior para tais encantadores de mariscos, não foi um nosso Deputado ter viajado para os Estados Unidos para ver o Laranjão Trump, ele Deputado, que está quase herói enfrentando a relatoria de um Projeto de Anistia aos “Manifestantes do Oito de Janeiro”, no intitulado “Golpe do Batom da Pipoca e do Algodão Doce”, só querendo pacificar o país, arriscando a ser arrestado como apoiador de golpista, porque não lhe faltam aqui, entre muitos bagres e baiacus surubis, muitos seus acusadores e detratores; justo ele o único parlamentar de Sergipe a merecer um destaque nacional, no que diz e no que faz, e por ser assim, muito vem crescendo e incomodando…

Porque haja incômodo para esta imprensa que toca cítara, como  Nero, enquanto o país arde como Roma.

Será que eles não se veem UlissesOdisseus às avessas, entupindo cera de abelha nos ouvidos dos sergipanos, para evitar-nos escutar os cantos das sereias distantes que veem todo o caos imperar no país e nos alarmam?

Podem eles, com seus escritos divagantes e delirantes nos afastar da realidade de molde a pensar deles diferente?

Não se veem como Neros piores, por de Hospício, tocando harpa, fingindo artista mor, em meio a tanta confusão maior; por alarmante?

Não é à toa, que essa gente vem perdendo sua credibilidade, como sua lira desafinada…

São notas de Três Reais. Não compram nada!

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Entre o Confiteor e o Esculacho. 5eu3u /blogs/odilonmachado/entre-o-confiteor-e-o-esculacho/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Mon, 19 May 2025 10:27:13 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=587445 <![CDATA[

Segundo a Wikipedia, a enciclopédia livre da internet, O Confiteor é uma oração penitencial onde reconhecemos nossa pecaminosidade e buscamos a misericórdia e o perdão de Deus. Os confiteors fazem parte do cristianismo desde o início. Eu mesmo, que sou um ser resistente, de geração baby-boomer, nascida ao final da primeira metade do século ado, aprendi a oração do […]

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Segundo a Wikipedia, a enciclopédia livre da internet, O Confiteor é uma oração penitencial onde reconhecemos nossa pecaminosidade e buscamos a misericórdia e o perdão de Deus.

Os confiteors fazem parte do cristianismo desde o início.

Eu mesmo, que sou um ser resistente, de geração baby-boomer, nascida ao final da primeira metade do século ado, aprendi a oração do Confiteor, batendo no peito como Santo Agostinho o recomendava em sinal de humildade, perante a Missa sacrificial e em recitação latina.

Da recitação latina, esta restou banida após o Concílio Vaticano II, num “aggiornamento” da Igreja, que viera para torná-la atualizada perante os novos tempos pós-revolucionários.

Digo pós-revolucionários, porque o Século XX foi um tempo de guerra, não de revoluções.

Foi um tempo de paz também, longa era pacificada, com a consolidação das democracias ocidentais, e o estado-de-bem-estar-social, imperando mundo a fora, a ponto de alguns pensarem viver um tempo de “Fim de História”, como assim pregou Franz Fukuyama por venda de muitos livros.

Em muitos matizes de releitura da mesma história, muitos e não foram poucos, acharam que a Igreja devia ceder aos seus muitos críticos, os seus inimigos de sempre, mundo a fora, que denunciavam como novo pecado de fim-de-história; o seu afastamento do rebanho.

Era preciso se renovar, diziam muitos bispos incomodados com suas batinas e tonsuras, inclusive, não faltando aqueles que almejavam quebrar todas suas antigas regras, milenares, sem falar também daqueles que se sentiam tão incomodados com os desacertos cometidos, enquanto instituição humana, pecados para os quais não valia o perdão, no confessionário interior, quiçá público, e nem mesmo a sua perene absolvição.

Ou seja, a Igreja errara tanto, e por tanto tempo, bastando para tanto perlustrar todo um ado esquecido, que nenhum perdão bem arrefeceria a impossível absolvição.

E assim, longe de querer enveredar por uma contrição inatingível, muitos entenderam que era preciso se renovar, apagando tudo o que infindos presbíteros pregaram, em muitos séculos de catequese vertical voltada ao alto, e a Deus somente, vendo aí a grande crítica a fustigar, por alienante, como se aí estivesse sem querer e bem querendo; confirmar Karl Marx que via na Religião o puro simples “ópio do povo”.

Por que falar ainda, em tempos novos opiáceos, da salvação do homem da perdição de danações eternas, se tudo isso continuava vão, como o fora sempre assumido, por gentios de todos os tempos, judeus e gregos, Horácios, e Curiácios diletantes, negando o Cristo Ressuscitado, em promessas a todos nós, vendo aí um alheamento imenso e terrível, ao chamado braço horizontal da cruz, onde a humanidade estava a se desgraçar, e a se desgraciar, refém somente e abandonada a qualquer sabor quimérico ilusório, mas prometido, movido ao canto alucinante de sereias novas, desfazendo não só a infinitude do espírito, alma essencial da Igreja, como pregando a finitude do ser, pura e simples, que por pior ainda, nada iria construir nem erigir, se não fizesse do mundo um cenário melhor para todos, bem fruir, sem exceção!

E nessa exegese de rara valia extrema, pouco se compreendia tanta pregação inútil de santos e mártires, por séculos, na conversão dos muitos povos, em todo quadrante da terra.

Algo que restou tão confuso e obtuso nessa releitura de feitos, que até a obra catequista dos jesuítas nas terras ibéricas descobertas, no Brasil e em toda América Latina, vingando cada vez mais execrada, uma dominação pura e simples dos europeus e sua civilização branca, massacrando a cultura aborígene e autóctone, que deveria bem fluir com seus credos e seus deuses, inalterados.

Como dizer assim, por inutilidade, e por pior, iniquidade!, aviltar  toda ação sacrificial, missionária de Padres, como Manoel da Nobrega, do Beato Açoriano, José de Anchieta, e de outros como João Salônio e Azpilcueta Navarro, que aprenderam a língua nativa, segundo tais continuados detratores, dentro e fora da Igreja, somente para iludir os índios e as índias, os converter a fé de um Cristo que não era o deles, só para melhor explorá-los em sua ternura?

Ver toda esta obra sacrificial, missionária; de “salvação de almas”, desde a 1ª Missa com Frei Henrique Soares de Coimbra, em Terras de Porto Seguro, na Bahia, como uma simples exploração iniciada e daí pra frente uma extrema e continuada ofensa à cultura indígena?

Não tem sido assim a continuada crítica à caminhada da Igreja ao longo de séculos, ela Igreja, que divina e humana, claudica peregrinamente com a humanidade tentando elevá-la, em tantos medos e incertezas, para Deus.

Por acaso a pregação da Igreja de Cristo ao dizer que o Cristo se fez homem no seio de Maria, para salvação de toda humanidade, não traz consigo este desafio de , que se faz impossível a uns, os agnósticos, e possível a muitos outros, os que em suas palavras acreditam, a ponto de alguns até morrerem sem renegar suas crenças, tudo isso, desde Estêvão, apedrejado, por primeiro, e Paulo e Pedro, contra os quais os Césares tanto investiram e combateram; e nada conseguiram??

Como bem o dissera um dia, Gamaliel, um sábio, em Atos 5:38,39: “Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra (for) de homens, se desfará, Mas, se (for) de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus”.

E daí, por extensão; vingou a grande saga: “O sangue dos mártires é (e foi)  a (grande) semente dos cristãos”

E até Santo Agostinho, ele um pecador reconhecido em suas Confissões, de muitos erros cometidos, inclusive do sexo e da concupiscência, na juventude sobremodo, quando os hormônios são vastos e pouco refreados, iludindo até qualquer fugaz racionalidade e frugalidade, recomendava que o Confiteor, enquanto profissão de fé, fosse tradicionalmente recitado, batendo no peito em sinal de humildade, “per mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa”, como tem sido de pouco costume, nos tempos de hoje, nas nossas Missas cantadas, que preferem a harmonia de uma adocicada canção, do que o pranto em intercessão que deveria conter no nosso arrependimento enquanto pecadores.

Mas, como diz a canção de Chico Buarque, ele um poeta não transgressor, nem também um bom fingidor: “Não existe pecado do lado de baixo do equador / Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor / Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho / Um riacho de amor / Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo / Que eu sou professor”.

Porque o Pecado, na mesma linha, não é mais o de Agostinho, arrependido por transgressor; o Pecadorestou pior; pior e maior; por ser Social!

Acima e abaixo, e sem qualquer exculacho da linha do Equador; o Pecado Social gerou a mais que famosa; Teologia da Salvação: demonizando muitos e a bem poucos santificando na América Latina, como uma nova heresia a se impor, gerando divisões e discórdias, no seio da Igreja, com Bispos ditosProgressistas, sempre macios por moderados, e tantos outros excessivamente duros, e imoderados, sendo execrados por Conservadores, e terríveis  Reacionários!

Uma execração tão tamanha a extirpar, do mando e do altar, que até o diálogo se fez impossível, em tantos “Conais”, erigidos por leigos e leigas em nova pregação fragmentária, e em tantas “Comunidades Eclesiais de Bases”, que surgiam para mudar o mundo com o esvaziamento do culto, a substituição auto consentida dos Sacerdotes, que cansados se eximem hoje, até mesmo em distribuir a comunhão, sem partilhar com própria mão, como fizera o Cristo no Sacramento da Eucaristia, e assim o quisera nas nossas Missas Dominicais.

Não querem nem distribuir a comunhão?! Preferindo deixá-la aos leigos, não por um compartilhamento de missão necessária, por messe grande e demasiada, perante poucos operários, mas desprezando-se em auto-desfazimento continuado, de sua missão sacerdotal, tão nobre, preparando o mundo talvez, para o seu desaparecimento puro e simples, enquanto Igreja, apagando os seus ritos antigos, suas obrigações por preceito, sem falar da ruína física dos templos, e da apropriação esperta do laicato pelos partidos políticos no seu contumaz proselitismo. Porque isso aconteceu bastante!

O tema me vem agora, porque um novo Papa surgiu.

Ele é um Papa Leão; o 14º de uma longa linhagem de grandes Papas, iniciada por Leão I, que restou um Santo da Igreja, São Leão Magno, assim imortalizado porque foi dialogar em barreira a Átila, o Huno, aquele “Flagelo de Deus” vindo da distante Europa Oriental, em cujas patas do cavalo, no rastro nenhuma relva nascia.

O Papa Leão I, sem espadas nem qualquer comando bélico, poupou Roma de Átila, o Huno, no ano de 452, justo quando o Império Romano do Ocidente, não mais existia, e Roma era um fantasma do que fora e imperava, fazendo o bárbaro cruel retornar nas patas de seu cavalo, restando aí como maior feito heroico, onde falhara toda bravura decurial e centurial, valendo o sacrifício e a vocação para a defesa de sua crença e sua fé, enfrentando a violência e a brutalidade, com o exemplo que se faz coragem a exaltar, no homem para sempre.

Porque de Leão I, por sequência, muitos Papas seguiram, chegando a Leão XIII (1810-1903), o italiano, Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci-Prosperi-Buzzi, que governou a Igreja num tempo difícil, por 25 anos, de 1878 a 1903, nos chamados tempos de pós-revolução industrial, onde se iniciava uma louvação exagerada dos conflitos do Capital e do Trabalho, tidos como insociáveis e incompatíveis, sem falar de muitos outras agitações, de ordem politica, com muitas quedas de regimes, na Velha Europa, e até no Brasil, com a Proclamação da República, a derrubada de monarquias, aqui e alhures, o republicanismo sendo visto pela Igreja como instituição a temer, porque muitos discursos se fizeram contra ela, com seus sacerdotes sendo postos fora da lei, sendo-lhes proibido até mesmo o uso da veste litúrgica, justo nas suas pregações exteriores.

É em meio a tudo isso que o Papa Leão XIII sem temer o chamado canto às sereias do Manifesto Comunista, publicado por Marx e Engels em 1848, lança sua Encíclica mais famosa; “De Rerum Novarum”, ou “das coisas novas”, construindo daí para a frente a chamada  Doutrina Social da Igreja, amparando o trabalho e o contingente massivo de trabalhadores, reafirmando a necessária convivência com o Capital, humanizando-o a serviço da concórdia de todos.

Leio em “De Rerum Novarum”, uma atualidade imensa, hoje esquecida não fosse a chegada deste novo Papa, o americano Robert Francis Prevost, nascido em  14 de setembro de 1955 (idade 69 anos), de Chicago, Illinois, EUA, justo da terra onde reinou um dia o gangster Al Capone (1899-1947), e vingou em sua contraposição o Fundador do Rotary International, cadeia universal de Clubes, a pregar a boa convivência das múltiplas prestações de serviço, imaginado por Paul Harris, um advogado de Illinois que assim pensou congregar os homens sempre unidos por mútua prestação de serviços, e daí sequenciando: “que bem serviria melhor, aquele que melhor servisse”.

E assim eis-me compelido a retornar a leituras antigas já esquecidas: as Confissões de Santo Agostinhoe a Rerum Novarum de Leão XIII, vendo na escolha do Papa Leão XIV uma espelho a se mirar e bem refletir, porque Santo Agostinho em suas confissões, via-se sempre um pecador continuado, a requerer o perdão de Deus, com faltas terríveis, por ele pensadas, e só por ele maximizadas, nunca se sentindo tão imerecedor do perdão sofridamente  invocado.

De Leão XIII, porque ficou esquecido, por muitos Papas que se seguiram, com seus misteres prosseguidos, todos homens notáveis, porque a Igreja é um celeiro inesgotável de vocações.

Nos últimos anos, destacou-se sobremodo o Papa João Paulo II, o Papa que veio do frio, da Polônia, sofrida terra de Chopin com suas Polonaises, ela terra católica que vem sendo enquanto planície fértil, campo guerreiro de dois colossos europeus beligerantes; os germânicos e os eslavos.

 Karol Wojtyla (1920-2005), que viveu sob o regime nazista, e sob o não menos pior regime estalinista que o sucedeu, desfazendo toda ternura da feliz ditadura do proletariado, e que o povo derrubou por fim com o muro de Berlim.

Depois veio o Papa Bento XVI, notável por seus escritos corajosos, e que num desapego imenso, preferiu, por ausência de próprias forças, para o bom  debate na defesa da e no seu convencimento, perante tanta dispersa opinião, escolhendo a renúncia, justo aquilo que ninguém o faz, por moto próprio de despego, preferindo legar a outrem que lhe fosse melhor, no comando da Igreja, surgindo Francisco, um portenho ousado, Jorge Mario Bergoglio, que sem pejo, medo ou desconforto, assumiu o nome de São Francisco de Assis, a se inspirar, justo o monge que tentara reformar a Igreja voltando-a para os desvalidos.

Se Francisco agradou a muitos, cortejando muitos líderes de esquerda mundo a fora sobremodo, o mundo continua igual em suas ambiguidades; pecando da mesma maneira, precisando de novos Franciscos, preocupados com os desabrigados e desnutridos, sempre crescentes, de outros Agostinhos entregando-se a Deus e invocando o seu perdão para salvação de cada um, e de novos Leões, firmando a boa convivência dos homens em sua caminhada sobre a terra, justo agora, quando os tempos se assomam mais difíceis, com o desemprego ameaçado pelos novos tempos Revolucionários de Automação e Inteligência Artificial.

Por fim, e em outros fins sem invocar escraches nem esculachos, vale continuar, sem mutação, cantando o velho ConfiteorAgostiniano, tão esquecido e pouco lembrado: : “Eu me confesso a Deus, todo poderoso, porque pequei muitas vezes ‘per mea culpa, mea, culpa, mea máxima culpa,,,’” batendo no peito três vezes, e que Deus nos perdoe!

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Pior é o que vem depois 4uk3c até o cheiro! /blogs/odilonmachado/pior-e-o-que-vem-depois-ate-o-cheiro/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Thu, 08 May 2025 12:16:47 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=586252 <![CDATA[

Diz-se do Reacionário, aquele que à margem da Revolução sa, teve sua cabeça cortada, por primeiro. Falo dela, da Revolução sa, porque vem daí o termo reacionarismo… Por reacionários, foram denunciados todos os inimigos da nascente República sa gestada e parida a partir do regicídio primeiro, na guilhotina, com o Rei Luís XVI, o Capeto, […]

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Diz-se do Reacionário, aquele que à margem da Revolução sa, teve sua cabeça cortada, por primeiro.

Falo dela, da Revolução sa, porque vem daí o termo reacionarismo…

Por reacionários, foram denunciados todos os inimigos da nascente República sa gestada e parida a partir do regicídio primeiro, na guilhotina, com o Rei Luís XVI, o Capeto, abrindo o caminho a muitos que o seguiriam, sem choro nem vela: sua mulher, a “austríaca”, Maria Antonieta (1755-1793), difamada como adúltera e promíscua, acusada de abusar de tudo, sexualmente, inclusive, do próprio filho, uma criança em menor idade, conjunção moderna das romanas; Agripina e  Messalina; exemplos piores em lascívia e nocividade.

Agripina, para quem não lembra, era a sanguinária mãe de Nero, o imperador romano tido e havido como tirano e alucinado, um dos primeiros perseguidores dos cristãos, jogando-os às feras no Coliseu.

Messalina,  esposa do Imperador Claudio, celebrizou-se como sinônimo de “meretriz”, “prostituta” e “adúltera”.  Mulher de quem se dizia, possuir um terrível furor uterino, que no leito conquistava todo poder Romano, corrompendo homens e mulheres, insaciavelmente…

Os homens têm essa mania de difamar os vícios femininos, eximindo-se dos próprios em  luxúria pior.

Em verdade, tais comparos sempre são úteis, para delimitar por supremacia assim maximizada, por pior dos piores, ou maior dos maiores, no reparo a ser assacado contra a realidade que precisa ser denunciada gravosamente, ensejando um monstro que não mais assombra, mas que precisa assustar, quiçá mesmo, assombrar, só para ser credível, como ideal perigo a execrar.

Para Jaques René, Hébert (1757-1794) o jornalista de “Le Père Duchesne” (O pai Duchesne), e seu colega Marat, Jean-Paul (1743-1793) de “L’Ami du peuple” (O Amigo do Povo), Maria Antonieta, valia qualquer acusação contra a Rainha Destronada, cerne principal do Reacionarismo a combater,  isso sendo bem aceito por um Promotor Público, disponível por  parcial e atrabiliário, como o fora Antoine-Quentin Fouquier-Tinville (1746-1795), e  até ferisse o bom senso e a realidade racional de um Maximilien de Robespierre (1758-1794), o verdadeiro líder do Terror Revolucionário que aí se iniciava.

De tais jornais toscos, em rotativas derramando sangue, eram reivindicados em nome do povo e da nova pureza instituída, todo tipo de perseguições aos grupos políticos mais odiados, atingido depois os moderados, todos acusados de conspiração contra a revolução, quase igual ao que se vê nos tempos atuais, como ontem, pintando o mesmo perigo, tentando reavivar o velho furor intolerante contra os novos reacionários; hoje os “bolsonaristas”, em renomeios de fascistas!

Porque no noticiário atual, nada tem sido mais odiento e ominoso do que esta propaganda celerada contra os “golpistas do oito de janeiro”; os novos reacionários a perseguir.

Como a humanidade é a mesma, sempre capaz das repetidas misérias, contemplo nessa nova perseguição aos reacionários bolsonaristas, a velha caça às bruxas que no medievo incinerava magos e hereges em praça pública, no mesmo padecimento do qual escapara a mãe de Johannes Keppler, mas que não salvara Giordano Bruno,  no seu imaginar e refletir um universo infinito, e que levou Sócrates bem antes numa Atenas democrática, temendo a sua maiêutica e a sua caverna escura, sendo condenado a beber veneno, sem “engüiar”, tudo às claras, e contra a sua vontade…

Em verdade, essas pessoas, pelo seu pensar divergente, ousaram entrar em conflito com o estado vigente, uns por sua ciência, outros por suas crenças, enfim, algo que os tornaram perigosos, a serem punidos, pelos Héberts e Marats , sempre disponíveis nas tintas e papéis fartos a serem flagelados e até eliminados, seja em forca como Tiradentes, na fogueira como Joana d’Arc, ou no vil garrote, todo aquele que resistisse ao “fiat justitia et pereat mundus” dos Habsburgos espanhóis, “querendo impor sua vontade, nem que o mundo perecesse”, tudo em praça publica e à luz do sol em pino, sem jamais lhes extinguir o sonho mártir de liberdade; dos Mineiros de Vila Rica, dos ses de Domrémy-la-Pucelle  e dos Neerlandeses de Nassau, que quase plantaram uma republica batava junto ao Beberibe e o Capiberibe, no Recife com suas pontes.

Nada igual, mas igualmente intolerante, por assino à condenação da manicure Débora, que com batom garatujou “perdeu Mané!”, sem vírgula e em má grafia, mas por melhor nojo varonil…

E por incivil repulsa, viril e necessária, a confundir o direto objeto de sua, e de nossa aversão, pelo menos de 50%, no mínimo dessa nação, excluindo aqueles que se bestificam ainda, na indiferença dos néscios, dos pascácios e dos beócios, com o vocativo da melhor das intenções.

Porque o “perdeu, Mané!” vem crescente como nuvens que se ajuntam em prévias de tempestade…

É só ver o prelúdio sinistro do que se insiste em persistir no erro iniciado e que está urgindo coibir com o bom remédio tolerante da Anistia.

– E esse povo que grita “Não à Anistia!” quer o quê? – Pergunto eu.

– Querem enjaular metade da nação? Desafiar o tolo protesto de Terços e Bíblias exibidos, junto com laicas bandeiras verde e amarelo, ingênua e inutilmente desfraldadas?

– Por acaso a insatisfação de um povo pode ser sufocada por uma toga que se enodoa a cada dia, pelo seu erro insistentemente e continuado?

– E se nenhuma mancha transparece de todo ainda, querem convencer a quem, que um golpe foi desferido, e que a democracia esteve assim tão estupidamente ameaçada?

Ameaçada por quem, se o tal “golpe” persiste mal investigado, embusteiramente com câmaras cada vez mais apagadas, só para valer uma versão manipulada, e nunca a verdade no todo e real, bem apurada, onde ninguém viu, nem flagrou, mas foi bastante comentado que alguém ali até defecou, numa cagadaque parece, e transparece, só ter vindo de audaz caganeira, ou por vil protesto atrevido, mas altaneiro, por mal-educado e desaforado, jamais um vil petardo por golpe de estado como querem que o país engula, com toda a bosta e sua fedentina?

Porque a bosta, qualquer uma, perdoem-me o palavreado, mas ele existe e tem a sua boa serventia, e o seu cheiro comum, inconfundível, até por protesto!

Jamais por “Golpe de Estado”, porque aí se exigiria não uma cagada isolada, mas uma cascata ou cachoeira de muita merda, como tem sido e  transparecido, o mal grafado e o mal final remexido por pior desagravado.

Porque nesse contexto de cagada, até para feder mais e piorar tantas ventas enojadas de maus leitores, e porque os bons ledores disso tudo sorrirão, conta-se que nos idos de 1950, o Governador de Alagoas, Silvestre Péricles de Góes Monteiro, antes de ar o poder ao Governador Eleito, Arnon de Melo,pai do Ex-Presidente Collor, encomendou quilos de cocô aos presos da Cadeia Pública, e com tal matéria prima mandou proceder uma enorme força tarefa de caiação do Palácio Floriano Peixoto ou dos Martírios, Paço Residencial do Governo, não faltando parede ou teto, sem exibir tal adereço para a posse que se fez sem pompa e circunstância.

Se riso houve em muitos gracejos, o fato restou verdadeiro, não se sabendo ainda se houve algum cumprimento de promessa, afinal Silvestre prometera alforriar qualquer detento que contribuísse com quilo acima de merda.

Coisas fedidas de lamento apenas… E outras piores que viriam depois a serem pesquisados no Google, com tiroteios; não de merda!

Mas que tenho eu com isso, se sou eu somente quem está a sentir a fedentina nesse espaço?

Alguém poderá me dizer: – “Tampe o nariz, ora essa!”

Porque tem gente aqui mesmo, quase colado a mim, aqui nesse mesmo ambiente democrático, que vem adorando o fedor que os perfuma…

Que fazer se alguns arfam no olfato; o seu cheiro edulcorado de vingança?

São os eternos intransigentes; aqueles que alimentam os Dons Tomás de Torquemadas, que trocam de nome, mas alimentam a mesma disponibilidade… Coisa de carrasco, de carcereiro, tudo no mesmo açoite, a bem servir se necessário.

Para estes intolerantes, em baba elástica por hidrofobia, a Anistia proposta agora, não lhes vale como a Anistia de Ontem, afinal alimenta-lhes sua própria vendeta, por revanche.

Aquele desafronto que, ilusoriamente, uma vez realizado se fará irreversível, como se tudo pudesse ser zerado, com os ânimos arrefecidos, não lhes animasse a intolerância em ação sem reação, para o mau convívio entre os diferentes.

E em tanta ausência de bom senso, não veem os senhores Congressistas, e aqui estou eu  a lamentar, porque o nosso tão miúdo Sergipe, em sua representação masculina e feminina vem se mantendo neste campo de clemência e do perdão, no meio do muro e da indecisão, Quatro Deputados a favor da Anistia, e na outra banda; Quatro Deputados que não se contemplam no próprio reflexo como intolerantes. Ou indiferentes… Pelo menos!

Logo Sergipe, que nunca se destaca em nada; nem com um herói a constituir panteão, nem com um bandido a clamar de seu, ou com muitos celerados seus, por indecisos…

Um Estado que nunca será nada…., será que é porque se faz melhor como “o país do forró!”?

E nesse forrobodó, como conter a vilania da Praça dos Três Poderes, senão com Anistia?

Mas se ela não vier logo estará tudo bem, maravilhoso, com o povo se rebelando cada vez mais nas ruas?

Pode-se silenciá-lo a golpe de peia, igual aos Habsburgos espanhóis em fatos novos brasilienses: “fiat justitia et pereat mundus”? O que me leva a questionar impertinente: Rogo, sine ulla potestate: quae lex, cuius lex? Qual Lei? Lei de quem?

Em outra ameia e sem nada impor, disse um dia Jesus Cristo, saudado por ramos no lombo de um jumentinho, na entrada da cidade sagrada de Jerusalém, no assim chamado Domingo de Ramos. “Se forem calados”,… disse ele, enquanto Deus: “Se os calarem, as pedras falarão por eles!”

Tudo isso em prévias de Sua prisão, dele Cristo, quase sozinho, abandonado, no Jardim das Oliveiras, por ser dEle, aquela missão.

Como também dissera um outro sábio, que nunca se imaginara um deus; Galileu Galilei, numa oestação solitária, sozinho também, abandonado, justo na boca de quem lhe pensou melhor: Bertolt Brecht: “Eppur se muove!… Onde a fé teve mil anos de assento, sentou-se agora a dúvida.., todavia; as cidades são estreitas e as cabeças também…, mesmo com a verdade sendo filha do tempo e não da autoridade… Ora essa! Eppur se muove! Eu abjuro!”

E continua, ora essa!, mais bem acreditada que a própria ciência, afinal as fraquezas humanas nada têm com ela; a ciência e até a fé!:  “É perigoso ter razão contra os poderosos”, referendava Voltaire, que sentira na pele o poder de sua verve em melhor ironia: “É perigoso ter razão quando o governo está equivocado”.

Tudo me vem de novo, denunciante, e até me expondo ao pelourinho do malfadado Estado Democrático de Direito, porque ninguém se vê intolerante, celerado, e inclemente, se postando contra o que se propaga, vergonhosamente, contra os bagunceiros de oito de janeiro.

Porque para mim, foram bagunceiros somente.

E bagunça eu já vi melhores. Sem cocô e sem cagada

A cagada é o que vem no além dela; depois!

E olhe que não estou a falar dos descontos dos velhinhos.

Mas, por que iria eu falar dos roubos dos aposentados, se o pior é o fascismo?

 

Pior é o que vem depois: até o cheiro!

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Réquiem pelos Papas e por um Jornalista. 4y1q35 /blogs/odilonmachado/requiem-pelos-papas-e-por-um-jornalista/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Fri, 25 Apr 2025 10:31:08 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=584457 <![CDATA[

Reza o aforismo latino: “De mortuis nil nisi bene”, gosto de repeti-lo para jamais esquecer nem transgredir: “Dos mortos só devemos falar bem”, ou por extensão; falar o bem. A extensão vale inserir, porque os homens, enquanto vivos, horas são bons, outras não tanto, não que uns sejam maus no proceder, mas nem sempre o […]

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Reza o aforismo latino: “De mortuis nil nisi bene”, gosto de repeti-lo para jamais esquecer nem transgredir: “Dos mortos só devemos falar bem”, ou por extensão; falar o bem.

A extensão vale inserir, porque os homens, enquanto vivos, horas são bons, outras não tanto, não que uns sejam maus no proceder, mas nem sempre o seu agir bem agrada, daí muitos serem carpidos em lágrimas inúteis e outros nem uma choradeira fútil arrebanhe.

Coisa de torcida, de galera, que se esclera, e pouco tolera, porque a verdade, nunca é sincera…

A sinceridade mesmo vem do que nos faz falta.

E a morte, longe de nos ampliar, ela nos esvazia, nos faz menor, mesmo quando tal amento nos seja de um adversário, caído na luta e num bom combate.

A morte sempre nos diminui, porque todos restamos herdeiros da sua falta.

Diz-se do bom campeador, daquele que caiu na luta, ter feito o melhor de si nas batalhas assumidas.

Já sua herança, pouco alonga a dimensão do que sobrou.

Dito assim, todavia, há mortos muito carpidos, como está agora o Papa Francisco, em prévias hagiográficas.

A Igreja está com esta nova moda; erigindo santos, para o culto dos dias, onde não basta ser santo: é preciso ser; “Santo dos Pobres”!

E haja pobres! Cada vez crescentes!

Eu costumo lembrar, que o próprio Cristo um dia falou, quando recriminaram a uma mulher, sempre ela, por lhe ter perfumado as madeixas com uma essência cara, que melhor uso teria, se vendida fosse, para o desfrute dos pobres…

E Cristo a eles respondeu: “Pobres sempre o tereis!”

E de lá para cá, só os pobres aumentam…

E os pobres só diminuem, dizem os libertários da economia, com a geração de emprego e renda, ou seja com suor, muito trabalho e continuada disciplina, e menos prolíficos que coelhos.

Porque está longe, muito distante mesmo, esta sina de chover maná vitaminado no deserto, singrar qualquer mar a pé enxuto e sem canoa, esperar que tudo venha numa boa, via de homens espertos, e de seus decretos seletos, em refestelos de folgança que bem promovam à marisqueira desejada, igualdade vã rasteira… Igualdade, que tudo nivela, sem sovela e sem fivela, no cinto desapertado por vias de peia, para o aplaine dos diferentes…

Um aplaine tão desejado, que  nem a salvação eterna tem suscitado motivação maior, nesses tempos de templos se esvaziando, com as pessoas esquecendo de rezar, até as orações aprendidas desde a infância…

Mas eu não quero falar do Papa. Há tantos que o louvam vendo-o maior que os outros que lhe antecederam, que nem ele, Francisco, assim talvez se contemplasse no espelho de suas reflexões intimas.

Pelo meu existir, vi e vejo arem muitos Papas, reafirmando a eternidade da Igreja que vence as incertezas humanas.

Vejo Pio XII, Eugênio Pacelli, execrado por tantos, por não colocar sua mitra e sua estola contra Benito Mussolini, seu vizinho, e Adolf Hitler, o insano alemão que conquistava o mundo.

Culpam-no, em tantas ausências de muitos, mas só a ele sozinho, de não ter colocado as suas divisões armadas contra o Holocausto dos Judeus

Veio depois João XXIII, Ângelo Giuseppe Roncalli, aquele que conquistou o mundo com seu sorriso apenas, espécie de “Cura Singelo de Aldeia” que resolveu revolucionar a Igreja  “abrindo-a para o diálogo com o mundo contemporâneo”, numa palavra universalmente pronunciada: “aggiornamento”.

Atualização que contaminou o planeta com a Convocação do Concilio Vaticano II, restando daí a quase abolição da batina como veste talar e símbolo do sacerdócio presbiteral, com o “clérgma”, no pescoço, por colarinho, e em outros alinhos os seus 33 botões de cima a baixo na veste comprida, e mais cinco em cada manga, só para dizer que estes 33 botões lembravam os anos vividos por Jesus, aqui conosco, enquanto os cinco botões das mangas se referiam as suas cinco chagas na cruz.

Iam embora depois muitos símbolos que a Igreja se despedia, inclusive aquele do Rito Tridentino em Latim, que me parecia mais bonito, mais solene e mais sonoro, desde quando eu aprendi a dialogar em criança, no Educandário Brasília, tempo em que o Padre Celebrante ou a dar as costas para o altar e se voltando para a assembleia, sem tonsura, nem mesura, porque diziam então que assim iria melhorar o professar do seu apostolado.

Depois o Papa João XXIII morreu, sendo substituído por Paulo VI, o Cardeal Giovanni Batista Montini, já nosso conhecido  porque antes nos visitara como grande figura da Igreja.

Paulo VI viveu tempos difíceis, porque o Vaticano II desenfreara muitos radicais, todos querendo reformas múltiplas, como a ordenação de monjas, a eliminação do celibato sacerdotal, a ordenação de leigos casados, a dissolubilidade do matrimônio, tudo o que um vasto pandemônio era almejado e estimulado via imprensa, sempre agnóstica.

Foi um tempo em que muitos padres largaram a batina querendo permanecer ao amparo do pálio da Igreja, surgindo daí a mais que famosa Teologia da Libertação, com os seus muitos teólogos, sobretudo na América Latina, que longe de se verem líderes de uma nova heresia, simpatizante do marxismo, simples teólogos cristãos protestantes, queriam a ferro e fogo reformar a Igreja de Cristo por dentro.

Uma vez Paulo VI, falecido, é substituído por João Paulo I, Albino Luciani, que governou a Igreja por escassos 33 dias, morrendo em meio aos insondáveis mistérios, alguns sugerindo que teria sido envenenado por ter descoberto irregularidades financeiras no Banco do Vaticano.

Após João Paulo I, vem de longe, por detrás da Cortina de Ferro Comunista, o Papa Polonês, Karol Josef Wojtila, que como João Paulo II, tomou as rédeas da Igreja, como homem notável no seu tempo, a partir de suas falas e peregrinação pelo mundo, e que voltando a sua terra, começou uma revolução que culminaria na queda do muro de Berlim.

Carismático, João Paulo II, foi considerado o primeiro papa pós-moderno,  com um pontificado criticado por ser conservador em atitudes contra o aborto, contra o uso de anticoncepcionais, ser contra eutanásia, a pena de morte e ao envolvimento do clero com a política.

Representando a Igreja Católica viajou pelo mundo e em cada país que chegava, ajoelhava-se e beijava o chão como seu primeiro ato de carinho.

Em 1981, em pleno desfile na Praça São Pedro, João Paulo II sofreu um atentado no Vaticano, quando foi baleado no abdômen por um militante fascista turco.

João Paulo II esteve no Brasil em 1980, em homilias notáveis por todo o país, tendo beatificado inclusive o padre jesuíta José de Anchieta.

Com a morte de João Paulo II, sucedeu um novo Papa, um intelectual notável, o alemão Joseph Alois Ratzinger, que adotou o nome de Bento XVI, criticado por ser o Papa Panzer, analogia aos Tanques Panzer dos Exércitos Nazistas.

Conservador e defensor da doutrina da fé, Bento XVI foi um dos maiores colaboradores de João Paulo II, seu antecessor. Foi muito criticado por não ser considerado moderno, como muitos o desejam.  Um de seus gestos mais marcantes foi a abertura do diálogo com outras religiões, como o islamismo e o judaísmo.

Enfrentando uma das maiores crises da história recente da Igreja: os escândalos envolvendo pedofilia entre membros do clero, Bento XVI sentiu, num gesto de profunda humildade, que melhor seria renunciar ao papado, fazendo-o em 2013,  alegando falta de condições físicas, sendo substituído pelo recentemente falecido Papa Francisco.

Do papa Bento XVI destaque-se, sua viagem ao Brasil em 2007, quando canonizou Frei Galvão, e sobremodo, pelo seu recolhimento enquanto Papa Emérito, continuando intelectualmente a produzir, pelos nove anos seguintes a sua renúncia, sem jamais tentar obscurecer o papado do seu sucessor, Francisco.

Do Papa Francisco, o argentino Jorge Mario Bergoglio, a imprensa do mundo inteiro tem lhe tecido muitos elogios.

A Igreja é feita de homens pecadores e santos. Fala-se agora de seu legado, a humanidade sempre carente que um milagre aconteça sob seu pálio.

Mas, dos mortos, só devemos falar o bem. É a recomendação antiga.

E os mortos nos fazem falta.

Se o Papa faz falta à Igreja, muita falta me faz o Jornalista Ivan Valença.

Ivan era uma companhia agradável, quase diária, aqui na Infonet.

De repente um dia Ivan nos faltou com os seus escritos.

Desapareceu, ninguém falou, ninguém disse nada.

Procurando amigos comuns, alguém me disse que estava com uma sua irmã, boa irmã!, que em doença o acolheu.

Foi assim que me informaram quando ao ar por sua residência vi uma placa exposta à venda.

Não tinha mais a sua Ana, querida, companheira de muitas caminhadas…

Ana, que um dia tomou a defesa do marido para fustigar um dos seus desafetos, dele Ivan, porque o tal político se sentiu incomodado com uma sua crítica, dele Ivan, bem merecida.

Os políticos são assim, querem ser medíocres, mas que não lhes denunciem a sua pequenez.

E Ivan era um gigante no que fez e no que foi: crítico de cinema notável, articulista memorável, periodista de muitos jornais, instrutor de muitos, e até a mim, que um dia resolvi editar um boletim de clube, e a ele fui recorrer para a diagramação e impressão num seu escritório, onde me acolheu com apreciada solicitude.

Ivan que não enriqueceu, nem o podia, seus interesses não eram assim tão sonantes nem ressonantes por moedas e dinheiros.

Valia-lhe mais divulgar a sétima arte, espalhar filmes com sua Ana querida na Vídeo Sete Locadora, justo fundo com fundo, ao terreno da minha casa, onde eu e meus filhos alugávamos fitas.

Ivan, que um dia foi execrado por um seu colega menor, porquanto em tempos polarizados politicamente, alguém o quis expulsar, logo ele Ivan, o Valente Valença, da confraria dos Jornalistas, seu sindicato, por não pontuar tão “esquerdóide”, como deveria ser; esquerdizante!

 

Ivan, que me tem feito falta na Infonet, por desconfortável, em ausência do livre pensar poliédrico, como bem devia ser a boa imprensa; menos canhestra e sectária, e aberta a todos os pensamentos.

Descanse em paz Ivan Valença. Sua luta não foi em vão.

Você me deixou saudades!

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“Aquele senhor que era meu pai” 1l3i5t /blogs/odilonmachado/aquele-senhor-que-era-meu-pai/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Thu, 17 Apr 2025 10:52:28 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=583493 <![CDATA[

Não! Não é de meu pai que em princípio pretendo falar. Também não poderia sê-lo assim, afinal nunca tive “um senhor que era, que fosse, ou que tivesse sido, o meu pai’,porque aquele que sempre foi o meu pai, Manoel Cabral Machado, nunca deixará de sê-lo, como presença viva e continuada no meu existir. Mas […]

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Não! Não é de meu pai que em princípio pretendo falar.

Também não poderia sê-lo assim, afinal nunca tive “um senhor que era, que fosse, ou que tivesse sido, o meu pai’,porque aquele que sempre foi o meu pai, Manoel Cabral Machado, nunca deixará de sê-lo, como presença viva e continuada no meu existir.

Mas é de paternidade e de tantos outros desencontros que eu pretendo falar, afinal o grande escritor Marcos Vargas Llosa, falecido em Lima-Peru, no último domingo, 13 de abril, assim se refere a seu pai, “aquele senhor que era meu pai”, Ernesto Vargas Maldonado, marido de sua mãe,  Dora Llosa Ureta, os quais se separaram após cinco meses de casamento, e de  uma relação traumática e conflituosa, que por essa razão, o menino só conheceria o pai aos dez anos de idade, quando sua mãe um dia lhe dissera que seu pai não era defunto, mas estava bem vivo!

Tão vivo, que muitas peripécias seriam contadas no livro de memórias bem biográfico “Peixe na Água”, onde “Marito”ou “Varguito” ali se desnuda contando muitos embates e discordâncias com seu pai, com este saindo com uma arma em punho contra o filho já jovem, acusando-o de incesto amoroso com sua Tia Julia, num relacionamento tido assim pecaminoso, casamento que durou alguns anos, tema também do famoso e delicioso “Tia Julia e o Escrevinhador”.

De Vargas Llosa eu me empolguei com o formidável “Guerra do Fim do Mundo”, onde o autor em lendo a notável geopoética “Os Sertões”, do nosso Euclides da Cunha, embrenhou-se pelos arranhentos de Canudos, ali romanceando e criando personagens fictícios, contracenando com outros reais e já perdidos na nossa História por criminosa desmemória…

Ninguém falara tão bem de Antônio Conselheiro e sua guarda católica, com o sertão querendo virar mar e o céu sendo traçado nas montanhas colinas em farturas de ditosos de méis e cuscuz-com-leites.

E em outros deleites que Vargas Llosa traçaria com os feitos notáveis das Irmãs Mirabal, as irmãs mariposas, contando os feitos terríveis da ditadura de Trujillo em “A Festa do Bode”.

E porque não dizer de outros temas mais leves como “Conversa na Catedral”,Travessuras da Menina Má” e “Pantaleão e as Visitadoras”, “Quem matou Palomino Molero”

E porque não falar de ensaios formidáveis onde o ficcional se mistura com o conjuntural, nas infindáveis lutas ideológicas em ”Sabres e Utopias”, eterna luta de américas luso-espanholas, e outros como “O Sonho do Celta”,  “Os chefes e os Filhotes”, “O Herói Discreto”, a eterna intentação, em “A Tentação do Impossível”, com a capa contendo a famosa pintura de Eugène Delacroix com “La Liberté guidant le peuple”, a liberdade guiando o povo, conduzido por  Gavroche e Eponine, os filhos heróicos do espúrio Thenardier , heróis e vilões de Victor Hugo, em  aula de cultura e literatura…

E porque não falar também de “O Chamado da Tribo”, onde grandes pensadores são relembrados para nortear o mais que execrado pensamento liberal, em contraponto ao sempre inútil socialismo que só semeia misérias…

E outras deletérias narradas em “Tempos Recios”, adquirido por mim numa viagem a Buenos Ayres, e que no Brasilfoi traduzido por “Tempos Ásperos”.

Todos da grande criação de Vargas Llosa, ele que também se candidatou a Presidência do Peru, que preferiu eleger a Alberto Fujimori, que depois virou Ditador e terminou na cadeia.

O  que foi bom para nós, porque a literatura foi quem ganhou…

Em outras vias, é preciso dizer também que como homem, Mario Vargas Llosa se casou muitas vezes.

Primeiro com sua Tia Julia,  Julia Urquidi Illanes, casamento que vingou de 1955 a 1964.

Dez anos mais tarde, largou sua tia para se casar com sua prima carnal, Patricia Llosa Urquidi, sobrinha de Julia, casamento que durou cinquenta anos, de 1965 a 2015, e do qual três filhos foram gerados: Álvaro, Gonzalo e Morgana Vargas Llosa.

Patrícia, sua prima e segunda esposa, tinha então 19 anos, e ele era quase dez anos mais velho.

Por ocasião do recebimento do Prêmio Nobel de Literatura, Mário Vargas Llosa prestou uma vibrante homenagem à mãe de seus três filhos, Patrícia, mulher que compartilhou sua vida por cinquenta anos, elogiando-a pelo seu  “caráter indomável” e seu apoio infalível.

“Ela sempre a as minhas manias, as neuroses e as birras que me ajudam a escrever. Sem ela, minha vida teria sido varrida há muito tempo por um turbilhão caótico (…). “Ela é aquela que faz tudo e faz tudo bem”, proclamou o escritor perante a Academia Sueca em 2010, ao receber a ilustre condecoração.

Amante, esposa, mulher e mãe, secretária e guardiã do templo… Patrícia assume todos este papéis antes de ser destituída cinco anos depois.

Porque o escritor, mulherengo sempre, cinco anos depois, no ano de 2015, e aos 79 anos de idade era o centro de novas atenções, com novo escândalo.

Após comemorar cinquenta anos de casamento em Nova York, o escritor inicia um novo relacionamento, desta vez com Isabel Preysler, ex-mulher do cantor espanhol, Júlio Iglesias, marcando fim do seu segundo casamento.

Na revista espanhola ¡Hola!, declarou o escritor: “Este ano foi o melhor da minha vida”.

O autor é sucesso com a imprensa de celebridades, e os leitores são apaixonados por seu novo romance: “Se esse é o preço que tenho que pagar para ficar com a pessoa que amo, eu pago.” Mas com resignação, não com entusiasmo”,comentou o escritor na época.

O intelectual e a famosa socialite madrilena embarcam em um romance em que cada um a a se adaptar à vida e à rotina do outro.

O autor deve assumir que tem como “noiva” uma das mulheres mais famosas da Espanha, e uma das mais cobiçadas pela imprensa de celebridades, relação que seria descrita como uma união entre uma “carpa e um coelho”, e que depois seria descrita por Vargas Llosa, oito anos depois, quando tudo chegou ao fim; como uma simples “experiência, só isso”, já que Isabel Preysler anunciou a separação no Natal de 2022 na mesma revista ¡Hola!, aquele periódico  que publicara a primeira foto dos pombinhos.

Quanto a Vargas Llosa, ele fará alusões muito claras à sua ex-noiva, à sua família e ao seu estilo de vida em seu romance “Os Ventos”,  que eu não li, ensejando uma guerra midiática bastante comum para o grande escritor.

Concretamente, depois de desafiar a autoridade de um pai tirânico, Mario Vargas Llosa quebrou todas as regras de propriedade, nunca temeu controvérsias, sempre imaginando e embelezando histórias de amor.

“Não me arrependo de nada”, confidenciou ele em 2023 ao El Pais Semanal, pouco antes de sua entrada na Académie Française, conforme excerto de “Éternel amoureux et cœur indomptable”, Amante eterno e coração indomável de  Aurélia Vertaldi, publicado em Le Figaro, edição de 15 de abril.

Mario Vargas Llosa faleceu em Lima aos 89 anos nos deixando saudades…

Em outras ilações, já diziam os latinos: “mater semper certa est”, a mãe é sempre certa.

Quanto ao pai, repetia-se desigualmente por sinuoso e sem novelo, insinuando uma espécie patranha de desconfio, de desconcerto, e até instilando um rastro por indício de dolo: “pater autem incertus”, o pai, porém,… é incerto!

E nessa incerteza, já outros repetiam para parco consolo, justo em tempos inexistentes de comprovação sanguíneas de DNA, sempre rasuráveis e falsificáveis: “pater est cuius nuptiae demonstrant”, o pai é aquele cujas núpcias comprovam…

Não era à toa, portanto, que os Romanos, desde a Grécia antiga, mantivessem suas esposas reclusas no gineceu, lugar da casa onde lhes era tudo permitido, menos a presença masculina.

Eram tempos em que o desconfio, permanecia zumbindo às orelhas dos machos, pois que estes em extrema maioria, salvo poucas exceções, nunca foram vocacionados à criação de proles que lhes não pertencessem.

O tema enseja todavia, muitas exações curiosas, porque tudo deriva de um conúbio sempre temido por nunca consentido.

O adultério de Helena com Páris, por exemplo, ensejou uma guerra entre dois mundos, a Guerra de Troia.

Conflito terrível cantado em versos por Homero; com os espartanos Atreus de Menelau e Agamenon, campeando  aqueles bravos troianos, filhos de Príamo, com Heitor à frente combatendo Aquiles, e com Cassandra, se descabelando inútil, a prever uma miséria que justo viria dentro de um oco cavalo de madeira, onde ali se acoitava o sagaz Ulisses, para o incêndio final, e derradeiro, de toda a história.

Em história igual, por eloquente e diferente, em o Rei Lear, o monarca louco, perdulário e inconsequente, William Shakespeare, prefere falar de coisas iguais da humana ingratidão, comparando filhos de mesma cepa, e a outros desiguais, de casta diferente, na busca e no abocanho de uma herança comum mal dividida.

Porque ali o tema não enseja filiação, suas dúvidas e incertezas, mas outras de mesma natureza.

Ali se compara, o execrável improceder de Goneril e Regan, duas irmãs rapaces, frente a doce Cordélia, todas da mesma cepa de Lear, o pai, e da mesma mãe, que na peça não prosa nem por memória, porque a trama prefere permear o não menos nobre, Conde de Gloster, desprezando o amor de seu filho verdadeiro, por legítimo, e abençoado Edgar, preferindo aquele Edmundo, que em bastardia o iludia.

O assunto vale porque em tantas vilanias de Goneril e Regan, melhor na cena avilta e profana o filho bastardo Edmundo, iludindo e empolgando tudo e todos, a se gloriar de sua, dele concepção superior, por natureza pecaminosa e adulterina:  “Por que nos estigmatizam chamando-nos de ‘vil’, ‘infame’, ‘bastardo’? Os bastardos possuem o vigor das paixões voluptuosas de que são fruto…, já  os filhos legítimos; estes  foram concebidos na indiferença morna dos amores apagados…”

 

Por isso vale a prece e o seu desejo de surrupiar falseando a herança legítima de seu irmão Edgar: “Deuses, protegei os bastardos!”

Bastardos, ou filhos de rameiras, que não mais existem no Estado-Democrático-de-Direito, todos herdando igualmente: os “filhos legítimos”, aqueles assim nomeados, resultantes do casamento oficial; diferente dos  “filhos naturais”, aceitos e toleráveis porque obtidos eram, via os arroubos comuns da solteirice, antes dos casamentos na Igreja ou no Civil; e aqueles tidos e havidos como  intoleráveis; os “filhos ilegítimos”, vilipendiados, e assim mal chamados, “adulterinos”, muito comuns aos arrebatamentos irrefreáveis dos desejos proibidos, existidos por pecaminosos e, por pior, íveis de condenação pela lei dos homens.

Condenação que longe de punir o varão, menosprezava-se só a lascívia da amante e o seu fruto em bastardia… Porque ao zangão todo zumbido lhe era de bom valimento.

Em outras valias, todavia, por temer tal engano em bastardia, o Tribuno Caio Júlio César, grande comandante vitorioso, escritor notável de “De Bello Gallico”, texto das minha aulas de Latim com o Professor Jugurta Franco, no Colégio Jackson de Figueiredo, destrinçando o “Ludus Quartus”, compêndio do Padre Milton Valente S.J., ali não se vê a célebre frase atribuída a ele, Júlio Cesar: “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Ou seja: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”.

Uma suspeita válida para qualquer homem comum, que bem merece o conto e a História, porque César se casou três vezes.

Na primeira vez, o seu amor foi Cornélia Cinila, de ascendência patrícia e nobre, que morreu de parto, antes lhe deixando uma filha de nome Julia, que seria depois esposa de Pompeu.

Enviuvando-se de Cornélia Cinila, e após ter-lhe traçado o panegírico, por laudatio funebris” ou louvação fúnebre, César contraiu núpcias com uma moça belíssima, Pompeia Sula, filha de Quinto Pompeu Rufo, de uma antiga descendência consular e de Cornélia, filha do ditador Lúcio Cornélio Sula, aquele que substituíra o popular Caio Mário, após a assim chamada 1ª Guerra Civil da República Romana, que não é nosso assunto, mas bem valia.

Bem valeria, não fosse a suspeita de César com a sua nova e bela esposa, Pompeia Sula, quando esta promoveu uma festa em sua casa onde as convidadas seriam apenas  mulheres, e homem nenhum, nem o próprio dono da casa podia se aproximar do evento.

Ocorre que um sujeito chamado Publius Clodius, jovem rico, abastado e atrevido, por se achar apaixonado por Pompeia: disfarçou-se de tocadora de lira e, clandestinamente, entrou na festa, na esperança de se aproximar da amada.

Conta-se que foi um escândalo terrível, porque os dois foram pegos em flagrantes, ninguém sabendo o que faziam, o comentário sendo pior do que aquele insinuado por  Iago, o maior vilão da literatura Shakespeariana, dizendo ao tolo Otelo, “O Mouro de Veneza: “Acautelai-vos, Senhor, do ciúme; é um monstro de olhos verdes, que zomba do alimento do que vive. Vive feliz o esposo que, enganado, mas ciente do que a, não dedica nenhum afeto a quem lhe causa o ultrage. Mas que minutos infernais  não conta que adora a dúvida, quem suspeitas continuas alimenta e ama deveras!”

Como Cesar não era tolo e bruto como Otelo, Pompeia Sula não teve a mesma sorte da doce e pura Desdêmona, o desfeito findando em comédia sem permear qualquer rastro de tragédia.

Porque Cesar entrou com uma petição de divórcio contra sua mulher Pompeia Sula, tentando incriminar por adultério e a  Publius Clodius, como vilão, afinal nessas coisas de conúbio insinuado, há sempre aqueles que só acreditam se houver o prévio enganche do barbante, cordão separando os corpos em teste; “per veram probationem coitus”, por verdadeira comprovação do coito.

Como Cesar não fizera o teste sacana da prendeia do cordão, nem o malfeito feito fora também, bem documentado pela autoridade pericial, melhor restou repudiar, por fim Pompeia Sula por divórcio, ficando para sempre a boa lição cesariana : “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.

E porque assim foi, César se casou de novo, desta vez com Calpúrnia Pisônia, aquela em cujo pesadelo previra sua morte, justo frente aos punhais, ferido vinte e três vezes,  segundo relato de Suetônio, ferimentos que só um lhe fora fatal, talvez desferido por  Caius Brutus, o seu filho adotivo, ao qual se referiu por espanto e em grego terminal:  καὶ σύ, τέκνον“, até tu, ó criança!

Interessante é que César em tempos anteriores, nunca contestara uma gravidez havida com Cleópatra, de quem foi perdidamente apaixonado, mas aí a história é outra e os vilões também.

Mas se o assunto tangencia hiperbolicamente a bastardia, há aqueles que não são corneados, como bem é o caso de Bentinho, no meu perquirir do Dom Casmurro, tão soturno e taciturno, quão Machado de Assis assim o traçou, afinal sua amorável Capitu, ali também é tão planejada, doce e terna, e apaixonada, que ninguém o imaginaria, que um Escobar qualquer a escorvaria, desfolhando-lhe a flor entreaberta, ensaiando um amor infiel a restar em desconfio.

Ou seja; o tema é bom, a cerzir miríades de interpretações, porque Bentinho enviuvou, de Capitu levando consigo sua inocência para sempre, mas que lhe restou mal cerzida e descosturada numa desconfiança eterna, afinal o filho de ambos, o menino Ezequiel tinha todo o jeito do Escobar, cuspido e escarrado, como se dizia então.

Porque o pior traído é aquele que não foi, mas pensa ter sido! Como Otelo, o mouro tolo que esgana asfixiando sua inocente Desdêmona, depois se matando porque pior para ele era continuar vivendo, a morte lhe sendo uma sua “grã-ventura!”.

E em outras desventuras findam as palavras de Otelo estabelecendo uma grande verve : “Deve a honra viver mais que a virtude?”

E nesta mesma verve o tema foi e voltou, permeando Vargas Llosa, afinal tudo partiu de um seu texto notável, retirado de “Peixe na Água”; mais precisamente em  “Aquele Senhor que era meu pai”, a ensejar muitas reflexões, questionamentos e dúvidas.

Porque o resto é elocubração somente…

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Uma reflexão nada indiferente. 5g3445 /blogs/odilonmachado/uma-reflexao-nada-indiferente/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Fri, 11 Apr 2025 10:41:16 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=582774 <![CDATA[

Segundo o Napolitano, Gianbattista Vico (1668-1744), autor de “La scienza nuova” (A Ciência Nova) ”, em muitos ensaios “Sobre a natureza dos estudos em nosso tempo” (De nostri temporis studiorum ratione) e outros; “Sobre a Sabedoria Mais Antiga dos Italianos” (De Antiquissima Italorum Sapientia), e a “Lei Universal” (Diritto Universale), que chegaram até nós, esquecidos […]

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Segundo o Napolitano, Gianbattista Vico (1668-1744), autor de “La scienza nuova” (A Ciência Nova) ”, em muitos ensaios “Sobre a natureza dos estudos em nosso tempo” (De nostri temporis studiorum ratione) e outros; “Sobre a Sabedoria Mais Antiga dos Italianos” (De Antiquissima Italorum Sapientia), e a “Lei Universal” (Diritto Universale), que chegaram até nós, esquecidos ou lembrados, o homem vem tentando conhecer a sua História, muitas vezes imaginando-a erroneamente com sendo algo matemático, cartesiano, falhando sempre por mal prevista ou pouco previsível, em causa e efeito.

No seu tempo pós-renascentista, a História, vinha sendo interpretada à luz do pensamento dominante, bitolada por interpretações míticas, e infectadas por “pseudomitos”, a respeito das origens das instituições humanas e de suas formas sociais, e também pelas concepções escolásticas, erigidas por dogmas improváveis e até com barreiras limitadoras ao livre pensar humano.

Segundo Vico, para se conhecer realmente o âmago de qualquer coisa era necessário tê-la feito, o que não era o caso dos objetos naturais e da natureza em particular, porque sendo estes uma criação divina, só Deus a tudo conheceria no todo realmente.

Quanto ao mundo das nações, o desenvolver da história humana, sendo uma construção do humano apenas, só o homem poderia conhecê-la de fato, ou esperar, pelo menos, verdadeiramente atingir o seu conhecimento.

E nesse contexto de esperança e tentativa de conhecer a História, Vico imaginou uma teoria muitas vezes refutada, batizada de “Corsi” e “Ricorsi”,  em que a humanidade teima em avançar aos solavancos, progredindo e regredindo, permeando inclusive por uma impensável rebarbarização de costumes, o que seria algo impensável, porque esperar-se-ia que o homem aprenderia com os próprios erros e jamais enveredaria no puro desconcerto.

Mas o homem erra. E como erra!

O Século que ou, o vigésimo da era cristã, jaz insepulto ainda com os seus notórios desacertos incomensuravelmente cometidos, justo por nossos avós e bisavós, não tão distantes ainda, enquanto humanidade próxima, sofrendo e cometendo a intolerância nossa de sempre, e com as nossas crenças sempre iguais…

Não foi de seu pensar, destes velhinhos de onde viemos, que duas Grandes Guerras explodiram e muitas Revoluçõespipocaram ou foram intentadas em todo azimute universal, culminando com a explosão de dois artefatos nucleares sobre a cabeça de japoneses, cogumelo letal que permanece em ameaças a nós todos, nos jugulando ainda, sufocando os nossos ódios terríveis, sempre ressurgentes, sem nenhuma explicação a conter, como vulcão imprevisível, pois que hiberna conosco o subterraneamente contido?

Por acaso não é assim também, porque a despeito de uma Guerra-Fria que se foi, e do colapso das ideologias Nazifascistas e Comunistas, e de tantos outros regimes de parca liberdade, aqui e alhures, vencidos, os ódios nutridos por tais regimes ainda  permanecem latentes, cada um a seu modo, querendo reiniciar uma contenda, mal deferida e pouco vingada, como agora em terra-pátria, com tantos sofrendo na peia, por uma bagunça de vidraças quebradas, sem heróis e todos restando injuriados como bandidos?

E bandidos da pior classe, porque bandoleiro que se preza não usa Bandeira Verde Amarelo, Azul, Anil, nem canta amor febril pelo Brasil… E não se escuda com Bíblias e Rosários, nem entoa rezas, jaculatórias, invocando auxílios divinos, de querubins covardes, nem arcanjos de pior valentia.

Bandidos por pior classe, pergunte-se aos matadores de Marielle, armam-se de adaga, de punhal e de metralha, utilizando-os contra a gente que lhes é o seu melhor alvo, sem erro a eliminar…

Bandido que se quer ousado não ataca um mobiliário, nem aquele de uma serventia emporcalhada, ou contra as vitrines hialinas que nada escondem o que bem deveriam, afinal o estilhaço pode ser bem barulhento, mas no final resta incruento, desnecessário, por vestígios de tolos, vandalismo inútil, sem erigir, pelo menos; um Átila, um Alarico, um Huno qualquer a chamar de Bárbaro para o seu consolo.

Todavia, a imprensa oficial está louvando a tortura de duas centenas de tolos sendo presos e condenados como “golpistas”, esta inusitada vertente brasileira de maximizar o erro onde este não existe, em velho cacoete nacional, a lembrar por exemplo, a crítica da imprensa sa nos idos pós-1964 da então assaz decantada “Revolução de 31 de Março” , que numa entrevista ao Governador Calos Lacerda, que estava em Paris a defende-la, um jornalista questionou:  “Como pode ser feita uma revolução no Brasil sem derramamento de sangue?”

A pergunta do jornalista era irônica, afinal uma Revolução para os ses é sinônimo de muita luta e bastante efusão de sangue.

Pergunta à qual Lacerda respondeu chistosamente, arrancando risos, a não merecer reparos: “As revoluções brasileiras são como os casamentos ses ; sem sangramentos!”

Sem outros consertos, hoje estamos a viver um noticiário cada vez mais rejeitado de que um golpe sanguinário e sicário foi intentado em Brasília abandonada, imaginado, no sonho e no pesadelo que findou em quebra-quebra de vidrarias e esquadrias, por golpe de vigário, na Praça dos Três Poderes, inerme e covardemente desamparada à vilania que assim foi atraída e findou por simulacro num dia tórrido de domingo.

E o golpe do domingo, Dia 8 de Janeiro, quer restar na História Pátria como “The infamous day”, o dia infame, por inspiração no celebre discurso do Presidente Franklin Delano Roosevelt após o bombardeio da Base de Pearl Harbournas Filipinas,

 

Cada um com a sua História, seus Heróis, e seus farsantes em muitos bandidos.

Se as nossas Revoluções se fazem sem derramamento de sangue, sem santos, heróis ou mártires, a de 31 de Março de 1964, virou Golpe de 1º de Abril, por melhor nome por Dia da Mentira, a fim de que o feito perdurasse desfeito, como aquele que jamais existiu.

E se o Regime Militar durou vinte e um anos e teve cinco Generais Presidentes, todos eleitos pelo parlamento, sem reivindicarem reeleições, e muitos discursos ouvidos pelos mesmos mobiliários e assentos e pelas vidraças não tão infamadas e odiadas como agora restaram despedaçadas!

Quanto a aquele Regime Autoritário, fala-se de horrores e sofrimentos inconsolados, que nem infindáveis Comissões de Verdade têm conseguido desvendar os milhares de milhões que restaram insepultos a invejar os poucos e ralos que sofreram os horrores de Stalin, de Pol Pot, e de muitos Ugandenses , Somalis, Sudaneses e Nigerianos, e por que não falar de tantos Cubanos sob Castro e tantos Nicaraguenses, sob Ortega…

Como bem disse um dia Joseph Stalin, “a morte de um homem é uma tragédia a de milhões é uma estatística!. E que não me peçam para repetir em Russo, porque não manejo alfabeto cirílico.

Todavia, pelo que se conhece da tortura repressiva militar desse período houve uma morte muito comentada no Doi-Codi de São Paulo: a do jornalista Vladimir Herzog, um vespeiro cutucado, que suscitou maiores danos, afinal se não há nenhum homem que mereça ser morto, há muitos que são mais pranteados.

Depois, do mesmo modo e do mesmo jeito, morreu sem maior carpição o pedreiro Manoel Fiel Filho, alguém do povo e sem maior expressão, levando o Presidente Ernesto Geisel a demitir o General Ednardo d’Ávila Melo, comandante do II Exército, responsabilizando-o por não conter os radicais, afinal estes atrabiliários sempre existem como agora, subterraneamente escondidos.

Todos o sabem que o Presidente Geisel estava comandando sem tergiversar nem recuar a sua “lenta abertura gradual e segura” à qual teve que abater muitos oponentes no interior de seu governo, os  Generais Frota e Hugo Abreu e seus seguidores, abertura que depois se concretizaria com a “Anistia, ampla, geral e irrestrita”, aprovada em 28 de agosto de 1979 no governo que se seguiu.

Um perdão difícil, que quase atolou no lameiro e no chiqueiro dos eternos radicais, porque aconteceu o famoso Atentado do Rio Centro, promovido por setores raivosos e que ficou pouco desvendado, vingando uma anistia ainda hoje contestada, por muitos espíritos recalcitrantes que estão a invocar, como sempre, a sua própria vendeta.

Pelo menos é assim que muitos se colocam contra a anistia a tantos sofrimentos surgidos a partir do quebra-quebra de oito de janeiro de 2023.

Para estes radicais equivocados, ao invés de anistiar e pacificar a alma nacional é melhor reavivar esse ódio entre irmãos que nos levará, quem sabe um dia, a uma batalha real definitiva, nunca vista, nem tão desejada.

Revanchismo igual que me faz lembrar os idos de 1914, onde ódios entre irmãos ou primos, herdeiros gauleses e germânicos do mesmo pai, o Imperador Carlos Magno, conduziram espíritos notáveis, por patriotas, a enveredarem na luta que os desunia, sem ver o quanto a todos ajuntava.

Vingança que me faz lembrar, pelo conteúdo idealista e viril ali contido dos versos guerreiros de Charles de Péguy(1873-1914), a orar sua prece final, por inútil e equivocada: Felizes os que morreram pela terra carnal,… numa guerra justa, […] Felizes aqueles que morreram nas grandes batalhas, Adormecidos sobre a terra e à fronte de Deus […] Felizes as espigas maduras e os trigos colhidos”

A guerra que Charles de Péguy idolatrava era aquela que ceifaria a sua chama. E que bem se poderia aplicar aos equívocos de tantos que lutaram na Guerrilha do Araguaia…

Uma guerra inútil, como todas as guerras.

E aquela franco-germânica era uma guerra entre vizinhos; os alemães e os ses que hoje convivem dirimindo diferenças, enquanto os saudosistas dos guerrilheiros de ontem aclamam hoje; “Não à anistia!”, reivindicando, quem o sabe, uma nova refrega, assalto que os vingue, sem imaginar que pode tomar de volta; bala de novo!

Em outras elegias, Charles de Péguy, o poeta da Pequena Esperança, era um homem de crenças absolutas.

Ele acreditava que aquela 1ª Grande Guerra seria uma contenda justa; definitiva! Uma situação em que os heróis que nela morressem em combate, bem poderiam ser considerados felizes!

Não foi nem uma guerra definitiva, muito menos restaram ditosos os milhares de cadáveres sepultados sem fertilidade nas lamas das trincheiras, porque logo outra guerra surgiu, a , uma repetição trina de assaltos na mesma luta, afinal se tratava apenas de uma luta territorial pelo controle dal Alsácia, Lorena, seus dois estados limítrofes, produzindo três grandes conflitos, porque a 1ª divergência territorial notável entre ses e alemães se deu em 1870, a segunda em 1914, e a terceira em 1940, com múltiplas gerações sendo enterradas numa luta baldia.

Algo semelhante ou igual aos que se negam a aprovar a Anistia dos infaustos acontecimentos do  “Oito de Janeiro”, querendo talvez programar um novo acirramento de ânimos, uma rebarbarização à moda prevista por Gianbatista Vico, por Corsi e Ricorsi, em busca de uma nova refrega…

E quando tudo de novo explodir, o Brasil rebarbarizado será o mesmo, sem chorar de parte a outra.

É assim que eu penso, no meu refletir nada indiferente.

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Uma espicação necessária! 2i414f /blogs/odilonmachado/uma-espicacao-necessaria/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Fri, 04 Apr 2025 13:54:10 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=581901 <![CDATA[

Martin Heidegger, o grande filósofo alemão de “Ser e Tempo”, foi execrado pelas eternas patrulhas ideológicas, por ter sido o Magnífico Reitor da Universidade de Freiburg no ano de 1933. Para os enviesados da História, no ano de 1933 não se vivia na Alemanha uma euforia, quase unânime, com o governo de Adolf Hitler. Naquele […]

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Martin Heidegger, o grande filósofo alemão de “Ser e Tempo”, foi execrado pelas eternas patrulhas ideológicas, por ter sido o Magnífico Reitor da Universidade de Freiburg no ano de 1933.

Para os enviesados da História, no ano de 1933 não se vivia na Alemanha uma euforia, quase unânime, com o governo de Adolf Hitler.

Naquele ano, difícil era encontrar um opositor ao Nazismo, chame isso erro, ilusão coletiva, loucura mesmo, afinal aquele regime, apoiado por vasta aprovação germânica, iria cometer tantos delitos, que ninguém se via assim, a ponto de evitar a erupção, seis anos depois, daquele grande conflito que ficou conhecido como 2ª Grande Guerra.

Conflagração em que a Alemanha se jogou e perdeu e, como todo perdedor, terminou acusada de infinitos erros denunciados, não faltando aqueles sempre constantes; canalhas e pusilânimes, a perseguir os caídos e decaídos, aqueles que, culpados ou não, mereciam todos os opróbios, afinal muito poucos e raros não estiveram no cerne do regime Nazista, agora excessiva e universalmente execrado, como se tal regime derrubado nunca o fosse tão seu, de todos os Alemães em canto patriótico, e do seu apoio nas urnas, enquanto sufrágio acontecido; equivocado ou não.

Os que viveram naqueles tempos sombrios viram muitas dessas ações indecorosas, ainda hoje relatadas na ficção e na realidade, seja na Alemanha subjugada pelo exércitos aliados, presenciando o Julgamento cinematográfico de Nuremberg, seja na França de Vichy; colaboracionista, com Philippe Pétain, Pierre Laval e outros da sua rama; e muito além por outras tramas e cenários onde o homem erra e vagueia, afinal no campo dos desvios coletivos, os deslizes individuais são acoitados e escoimados, em compungidas inocências pessoais, sempre exaltadas, com os seus eventuais agentes, na ânsia de se escafederem de uma eventual culpa comum, que fora tão ampla, quanto geral e irrestrita, assem a constituir e a procurar um “bode expiatório” necessário, por conveniente, para ser sacrificado, no altar da inocência comum, por expiação coletiva .

Nesse contexto expiatório, uso o sacrifício do bode, por prática comum dos Israelitas desde os tempos antanhos de Moisés, porque assim era conduzido um animal ao deserto, a fim de ali ser sangrado ritualmente, com o seu sangue depois sendo aspergido à multidão de fiéis, como paga de pecados eventualmente cometidos, sendo o próprio Jesus, o Cristo, por extensão posterior, o cordeiro sacrificial ideal, vindo ao mundo e assim ter sido feito homem, para exclusivamente promover a remissão dos pecados da humanidade de ontem e de sempre.

Ou seja: este ritual do “Bode Expiatório”, por sua origem religiosa, é convenientemente utilizado pelos homens em suas faltas e omissões, bem valendo aquela verve ocorrida numa reunião de fiéis onde um capote desapareceu, e nesse argumento comum do que não sabe ou daquele que nada viu, valeu por final a conclusão inerme: “todo mundo é bom, mas só o meu capote é que não aparece!”

De modo igual, quando o caldo engrossa e depois amolece; o valente fraqueja, o herói bem moleja e o safado; este moteja!

E o canalha, sempre ele, pior vareja, como mosca peçonhenta; varejeira, zumbindo muito e zoando sempre torpe em sua larva perniciosa.

Uma canalhice igual bem sofreu Martin Heidegger, o mestre de “Sein und Zelt”, porque para estes insaciáveis “caçadores de bruxas”, o mestre de Freiberg fora poupado de exibir-se no pelourinho de Nuremberg, onde foram julgados os, mais que perigosos, criminosos nazistas.

Nesse contexto de perseguição indecorosa, explicito três obras, uma a favor e outra contra: “Heidegger e o Nazismo” de Victor Farias, “Heidegger Réu; Um Ensaio Sobre a Periculosidade da Filosofia” de Zeljko Loparic, e “Heidegger; um mestre da Alemanha entre o bem e o mal” de Rüdiger Safranski, e também o texto laudatório “Martin Heidegger faz oitenta anos”, de sua aluna e ex-namorada, Hannah Arendt, incluído na sua notável coletânea biográfica: “Homens em Tempos Sombrios”, onde a filosofa de Eichmann em Jerusalém e A Condição Humana, merece ser citada por ser judia, o que em princípio se poderia pensar uma resistência maior em termos da grande acusação a Martin Heidegger, por ter servido ao regime nazista,

Estribo-me na denunciação caluniosa a Martin Heidegger, porque “mutatis mutandis”, no Brasil não vingou um regime tão “brando” como o nazista, porque alguns historiadores, apoiados em infindas Comissões de Verdade, afirmam que aqui vigeu um regime bem pior na Ditadura Militar, por vasta hemorragia ainda não de todo contida, nem suficientemente bem carpida!

E é sobre tal denunciação ignominiosa que eu pretendo falar de um profanação à lápide de meu pai, meu velho e querido pai, Manoel Cabral Machado, meu ídolo maior e meu melhor exemplo, como cultor da ética e da moral, ele que viveu longos anos, quase 92 anos, uma bênção divina!, sendo luminar arquétipo irretocável na família, na política (picadeiro onde a ética pouco vinga num território difícil, onde bem mais ampla é a picaretagem ali vigente), na academia, por melhor aragem e terreno, contribuindo com o seu exemplar respeito e sua tenaz proficiência, enquanto cultor do saber, perante o jovem sempre sequioso do conhecimento, que são as eternas carências e os infindos desejos da humanidade; homem ou mulher; e na cidadania, junto aos seus contemporâneos nas urbes e orbes que a vida o conduziu.

Viver, porém, é difícil!

E se viver é difícil, em tempos medíocres, morrer também o é, afinal não vale muito o célebre conselho latino “De mortuis nil nisi bene”

Porque em tempos canalhas, é possível até profanar os jazigos onde todo ser humano tem o seu derradeiro e necessário descanso.

Porque em tempos canalhas, sobremodo, tudo vale, tudo voga, valendo sempre aquele velho aforismo francês de Beaumarchais: “Calomnié, calomnié; il reste toujours quelque chose”. Caluniai, caluniai; alguma coisa sempre irá ficar.

Interessante é que nada sobra ao caluniador no seu espelho. Nem para sua própria vergonha!

Como garimpar alguma honra naquele que não a possui?

Como lhe escoimar algo que lhe seja melhor do que a sua proto-secreção do seu percevejo interior?

Percevejo, que suga o sangue dos homens, tentando retirar do plasma inerente às hemoglobinas e hematócritos, sobretudo daqueles grandes homens, em cor viva sobranceira e em vasta seiva rediviva e oxigenante, afinal só os homens gigantes bem perfumam o seu entorno, até para servir de repasto a tantos contumazes parasitos.

Mas, como não é possível lhes extirpar do ataque o seu contamino, e por agirem solertes, picando e infectando, sem que se possa previamente preveni-los, vale no pós assalto ferretear-lhes na testa, denunciando o seu maledicente semeio, sobretudo no livre opinar irresponsável, daquele que nada constrói que seja comum ao seu entorno, algo de bom e irável!

E nesse desconstruir criminal por historial, em que vale tudo até a profanação dos jazigos, as hienas o fazem melhor, pelo menos, buscando mera carcaça, por sôfrego alimento, apenas!

Não foi o caso deste propenso violador da tumba de meu pai, onde ali descansa na companhia humilde de seus contemporâneos, Campo Santo, derradeiro abrigo de muitos negros escravos, gente humilde trabalhadora, na Vila Pedras em Capela.

Mas, nem nos jazigos os bem validos estão isentos dos ataques solertes daqueles François Ravaillacsque tentam até no além da morte, sacar o seu punhal sicário para retirar da vida sem lhes conseguir retirar a honra, de meu pai, Manoel Cabral Machado, como foi o caso do Grande Rei Francês, Henry IV, para quem “Paris vaut bien une messe”, e sobretudo, pelo seu audaz denodo de o “Edito de Nantes”, tentando pacificar católicos e protestantes numa França conflituada, igual ao Brasil, nessas horas e no agora, sofrendo no reio e na peia nos Calabouços da Nossa República, tantos justiçados e justiciados, impiedosa e criminalmente, pela baderna, porque foi uma bagunça apenas, do batom, da bola de gude ou de marraio, e das vitrinas estilhaçadas, sem ferir ninguém no 8 de Janeiro, crime mais que achado, desviado e manipulado como uma “infâmia” similar ao ataque japonês a Pearl Harbour, por quem bem valeu bombardear depois Hiroshima e Nagasaki, e porque aqui no Brasil os ódios tem que vingar eternos, e para tanto ser gritado e esgoelado; o grito de “Não a Anistia”, agora vivamente ressurgido, afinal os intolerantes são de outra verve, mas da mesma cepa canalha.

Porque a intolerância, toda ela é delirante.

E é ai que eu estou a lembrar de meu pai, Manoel Cabral Machado, enquanto Secretário de Educação e Cultura de Sergipe, nos idos de 1964, tendo que convencer Comandantes Militares, que estribados em sua marcial ignorância e intolerância, queriam expulsar alguns colegas meus e amigos do Colégio Estadual de Sergipe, o antigo Atheneu , por atividades que àqueles oficiais  cavalariços o eram consideradas perigosas, a merecer, inclusive, o atrabiliário derramamento de sangue, obtendo de meu pai, um Professor apenas, a necessária oposição, usando palavras que se perderam como bem deve ser quando os seus efeitos bem conduzem ao arrefecimento necessários dos arroubos: “General, coronéis, capitães”, seja ; lá a quem foi dirigida a peroração apaziguadora: “Por causa de seguidos derramamentos de sangue, a França restou uma nação até hoje dividida, com os seus ódios se eternizando”.

Cabral Machado era um homem conhecedor sobremodo dos excessos cometidos de parte a outra nas diversas revoluções cantadas por Victor Hugo em “Les Miserables” e em  “Quatre Vingt Treize” , onde o Terror tinha seis personagens principais Danton, Marat e Robespierre dialogando, entre fatos e entreatos de Lantenac, personagem fiel ao Rei Luís Capeto, Cimourdain, um ex-padre que se tornara implacável gênio da revolução, e outros combatentes como Gawain, todos findando com o pescoço aparado da cabeça pelo Couteau, a republicana navalha, que a tudo redimiria. E na mesma vertente relembrada no ensaio “Souvenirs”, ou “Memórias de 1848” de Alexis de Tocqueville, o grande pensador da democracia republicana.

Cabral Machado, como tudo em sua vida, estava sempre a conciliar os espíritos beligerantes, afinal sempre campeara na política partidária, pertencente às hostes do Partido Social Democrático, o PSD,sendo Deputado Estadual notável por três legislaturas, debatendo ora como líder do Governo Arnaldo Garcez, ora na oposição difícil aos Governos de Leandro Maciel e Luiz Garcia, tendo, os anais daquela casa legislativa gravando e imortalizando suas palavras debatendo com grandes tribunos daquela época como José de Carvalho Deda, o avô do futuro Governador Marcelo Deda e de João de Seixas Dória, aquele que seria depois o Governador dos sergipanos e que vingou cassado e apeado do poder pelo Regime Autoritário de 1964.

Cabral Machado, que fora um percuciente operador do Direito Criminal na Defesa do Juri, inclusive  conflitando ideias e argumentos com Paulo Costa, enquanto Promotor Público exímio de destemida inteligência, pai do não menos valoroso, Luiz Eduardo Costa, dono da melhor escrita na atual imprensa sergipana.

Cabral Machado que fora fundador de quatro Instituições de Ensino Superior em Sergipe: Faculdade de Ciências Econômicas, Faculdade De Direito, Faculdade de Filosofia e Faculdade de Serviço Social, núcleos iniciais da nossa Universidade Federal Sergipe.., que àquele tempo não existia.

O Professor Cabral Machado não estava naquele momento trevoso na arena, nem para fugir dos arroubos, nem para se somar aos insanos desejos de sangria, que tantos queriam com a expulsão pura e simples daqueles jovens, tidos e havidos como figuras altamente perigosos…

E eu, que era um estudante também, nunca os contemplara assim, tão vis e perigosos, afinal eram meus colegas e meus amigos, sendo eu um dos seus iradores, por sua capacidade de luta e liderança.

Não, o Professor Manoel Cabral Machado, não era um homem de quem se esperaria os golpes sicários para o abate dos adversários, até porque aqueles amigos e colegas de seu filho, eu, não mereciam a mínima repreensão disciplinar.

Mas aqueles tempos eram belicosos e rancorosos, não faltando os eternos espíritos miúdos a ensejar perseguições. Igual agora aos que em outros encantos sem pejo ou nojo, se esgoelam como lobos hidrófobos: “Não a anistia! Não a anistia! Não a anistia!!!” Porque a intolerância é a mesma. Apenas mudou de cor e de lado!

Todavia, Cabral no seu lado único, almejava desfazer o nó górdio intolerante, da Direção do Colégio Atheneu  e dos Comandantes Militares de então, querendo exemplarmente expulsar os alunos, prejudicando-os ao longo da vida e do Governo Estadual que bem queria encontrar uma solução conciliatória que arrefecesse e amainasse os ânimos.

E é aí que o articulista profanador do sepulcro de Cabral Machado, desancando a sua figura e a do Governador Celso Carvalho, queria que ambos fossem mais heróis do que a estupidez o permitiria, e aproveitasse o momento para duelar contra os militares, repelindo com armas inúteis o arbítrio que se iniciava.

Segundo o inábil pensar do articulista miúdo que a tudo falseou e escreveu, o Vice-Governador Celso Carvalho deveria se recusar a ocupar o poder esvaziado com a Cassação posterior do Governado Seixas Dória, denunciando o Golpe e atraindo para si toda a sua oposição, ou sendo mais uma peça inútil de dominó a ser varrido, a preencher o Presídio da Ilha do Diabo, que virou o Arquipélago de Fernando de Noronha.

Quanto a Cabral Machado, este deveria ir bem além das suas forças, para atiçar a hemorragia pretendida, apresentando até o próprio pescoço em oferecimento exemplar inútil para aquela sangria, porque o Golpe Militar viera para vingar, e estava, ó terrível heresia!, estava amplamente aplaudido pelo povo em expressiva maioria, embora loucos e moucos disso duvidem ainda, em recalcitrância continuada.

E foi nesse mister difícil a dirimir, que Cabral Machado, longe das guerras e das discordâncias enquanto homem de paz e de conciliação, restou como fora também o Governador Celso Carvalho, homens providenciais e necessários,  naquele momento, para evitar o erro, e conciliar a família sergipana, porque daí uma transferência dos alunos perseguidos fora negociada, satisfazendo ambas as partes que pareciam inconciliáveis, permitindo a aqueles jovens continuarem os seus estudos e preservarem a história comum de cada um, alguns continuando os estudos em Colégios Particulares, inclusive, com destaque para o Padre José Carvalho de Souza, que os recebeu no seu amparo terno de oração e aconselhamento no então nascente Colégio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus.

Hoje tudo é memória e nada pode ser modificado, mesmo com a violação das carneiras…

Da História, um dia dissera Napoleão Bonaparte: L’histoire que Napoléon définissait comme «un mensonge qu’on ne conteste plus » ne peut rien nous apprendre dans cette matière. Sinon pourquoi répéterionsnous inlassablement les mêmes erreurs?”

Mais si les mensonges existent, qu’en est-il des menteurs, des faussaires et des imposteurs ? Que Dieu nous délivre d’eux, même de ces pilleurs de tombes.

Quanto a mim, por prova pessoal testemunhal só minha própria, sempre vi o Professor Manoel Cabral Machado sendo acolhido e irado como Mestre , até por esses jovens injuriados e injustiçados, que anos depois lhe foram seus discípulos na antiga Faculdade Direito da nossa UFS, continuando meus amigos, até porque nada merecia ser diferente.

No mais e só para relembrar, sempre vi em meu pai, um homem de letras e de muito estudo, debatendo inclusive em muitos cenários, no Recife, por exemplo, com Nelson Saldanha, Vamireh Chacon e Luiz Antônio Barreto, na Bahia, com Josaphat Marinho, e também com Gilberto Freire, Miguel Reale, o pai, Antonio Paim e Paulo Mercadante, em estudos Tobiáticos aqui na nossa UFS ,e fora daqui, sendo examinador de banca concursal da UFBA, do precocemente falecido jurista Machado Neto, afinal meu pai gostava de tecer argumentos, nunca fugindo do livre debate e do esgrimir das palavras nos seus variados encontros, seja na Academia Sergipana de Letras, seja na “Academia Brasileira de Ciências” nos seus “Grupos de Filósofos”,Grupos de Teólogos” e até os seus “Grupos do Terço dos Homens”, porque sempre restou um homem de fé, um “medroso perante a Igreja” ou um “papa-hóstias”, como alguns críticos assim o viam depreciativamente, sem falar que até o Governo Francês o agraciou com o titulo de “Chevalier des Palmes Académique”, honraria destinada a homenagear como membros, os eminentes divulgadores da cultura sa.

Em outro viés, mas não se afastando do tema, dizia-se do grande polemista, Tobias Barreto de Menezes, que “um gigante se conhece pela unha”.

Mais notável nesse esquadrinho ficou a quadrinha brejeira:

Quando Deus formou o mundo, 1f2d6f

pra castigo dos infiéis 574jq

Deu ao Egito gafanhotos, 521563

ao Brasil deu bacharéis. 2i5d39

Do mesmo Tobias de Escada, em notável polêmica de Religião, ficou para sempre um sujeito tão empedernido por agnóstico e pernóstico, que a grande massa de crentes e beatos o entrevia como alguém que não mereceria, jamais, a salvação divina, esquecidos, estes mal devotos, daquilo que bem se dizia em velha prece: “O felix culpa, quae talem meruere magnum Salvatorem”, ó feliz culpa que mereceu tão grande Salvador.

Como no viver de cada um sempre existem infinitos gafanhotos a desfigurar a vida e a memória daqueles de seu não agrado, divulgou-se ao tempo da morte de Tobias, que este, “in extremis”  se arrependera tanto, que chegou a requisitar um confessor; tudo mentira!

Tobias Barreto morreu como vivera, e Deus que tudo bem vê e avalia, não iria ponderar o agir de um homem, só por seu momento terminal e derradeiro de fragilidade…

Todavia, a algaravia foi tamanha com tal “conversão in extremis” de Tobias Barreto, que a própria família teve que desmenti-la às mancheias.

Ou seja; sempre haverá gafanhotos, como agora sobrou um bacharel, ou um bacharel boquirroto, para desfigurar o lavor dos grandes homens, como foi agora com meu pai, desvirtuando-o, e por pior, tentando lhe conspurcar o túmulo onde descansa merecidamente enquanto audaz guerreiro e campeador.

E eu, arriscando-me até a ser exibido hereticamente em outros cadafalsos sempre erigidos, ouso-me apresentar grosseiro e até insolente, porque na impossibilidade de extrair a morféia de tão gafanhoto bacharel escoimando-lhe  a língua corrosiva e sulfurosa com barrilha e/ou soda cáustica, que lhe preenche a boca malcheirosa e sulfídrica, ouso denunciar o biltre, sem lhe dar o direito de explicitar o seu nome. Para quê se nada vale?

Por que citar um indivíduo tão desprezível por inútil?

Vá pastar, rapaz!

Que me perdoem os meus leitores, mas era preciso espicaçá-lo.

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Bolsonaro 63x5y o Pré-Réu sem crime! /blogs/odilonmachado/bolsonaro-o-pre-reu-sem-crime/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Thu, 27 Mar 2025 11:17:50 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=580584 <![CDATA[

Estou a escrever na manhã de 26 de fevereiro de 2025, dia que se fará notável na História Pátria, por tornar Réu o“Capitão-de-pijama”, Jair Messias Bolsonaro, aquele que as ruas aplaudem, gritando: “Mito, Mito, Mito!!!”, o Ex-Presidente mais-amado do país. Por enquanto, aquele que se definiu “imbroxável”, exemplifica-se retilineamente ainda, exibindo-se altaneiro, corajoso e digno, […]

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Estou a escrever na manhã de 26 de fevereiro de 2025, dia que se fará notável na História Pátria, por tornar Réu o“Capitão-de-pijama”, Jair Messias Bolsonaro, aquele que as ruas aplaudem, gritando: “Mito, Mito, Mito!!!”, o Ex-Presidente mais-amado do país.

Por enquanto, aquele que se definiu “imbroxável”, exemplifica-se retilineamente ainda, exibindo-se altaneiro, corajoso e digno, perante seus algozes, adversários e inimigos desde campanas outras, posando sóbrios e imparciais, quando ali estão, enquanto tribunal discricional erigido, para conferir crime onde não permeia dolo.

Do dolo e do crime, falam os doutos, que o delito só existe se houver uma Lei prévia que o defina.

E as Leis, pelo menos aquelas dos “Estados Democráticos de Direito”, só exibem vera valia, se advierem do Poder Legislativo, suas Câmaras Baixa e Alta, caso nosso, por Republicano, que deve surgir via processo amplo de discussão e debate, tudo em prévias regulamentações e rituais, nestas casas legiferantes, visando uma posterior promulgação.

Nesse contexto de melhor valia, os feitos ditos “promulgados”, são tão louvados e exaltados, que os seus parentes remotos, ditados por atos principescos, ou por desacatos iguais, proconsulares, quando assim são exarados e impostos, recebem nominação perjura, de “outorgados” por incúrias, permanecendo para sempre assim adulterino, rubricado, jamegado, por uma  cerve matriz; autoritária!

Não é o caso, ou é todo o caso do Mito Ex-Presidente Bolsonaro, sendo julgado por uma turma do Supremo Tribunal Federal, afinal quando há o desejo de condenar politicamente alguém, todas as regras conduzem ao feito, e se um vasto cabedal advocatício, com tempo exíguo é permissível, tudo lhes finda fútil, irremissível, qual barro inútil, nas mãos de um artista ceramista, sem nenhuma esperança de escultura.

Nesse contexto dos julgamentos políticos, os regimes autoritários e atrabiliários têm os seus juízes, carcereiros e carrascos, todos exibindo o seu mister com boa valia, serventia e fingida valentia… Todos defendendo a pureza de seus atos desferidos.

Lembremos alguns, só por ironia e algaravia.

Na Roma antiga, no temor de julgar César, seus algozes o esfaquearam sob a estátua de Pompeu, sujando o lajeado do Senado, o crime sendo tamanho, que um discurso panegírico de Marco Antônio ao seu cadáver, valeu uma execração tamanha, que uma matança sucedeu aos sicários do crime e seus corifeus, sem merecer julgamento.

Por julgamento, todavia, o Rei Charles I da Inglaterra foi executado a machado por Oliver Cromwell, declarado Réuapós um julgamento complicado, já que o seu indiciamento fora tido por ilegal pela Câmara dos Lordes, porque a legislação cogente o preceituava um prévio consentimento real, assentimento que foi anulado pela Câmara dos Comuns , que para tal fim mudou a lei, ou aplicou uma sua filigrana, criando uma Comissão Processante, num Alto Tribunal de Justiça estabelecido por decreto; compondo-o por 135 comissários julgadores, muitos dos quais se recusando a participar e a ajuizar o Rei, sobrando 68 que o julgaram pelas acusações de “alta traição e muitos outros altos crimes”, uma responsabilização moderna, por exclusivo seu comando.

De forma inusual àquele tempo, hoje sendo imitado em contratempo ao Ex-Presidente Bolsonaro, a acusação considerando o Rei  “culpado de todas as traições, assassinatos, estupros, incêndios, saques, desolações, danos e males a esta nação, realizados e cometidos, ou causados, por aquela guerra entre o Parlamento e a Coroa”, guerra que então se estimava terem perecidos cerca de trezentas mil pessoas, ou 6% da população bretã, em tantos conflitos”, sendo o Rei Charles I, culpado de tudo e dos canudos, como assim acontece com todos na guerra perdedores, desde o tempo do verbero de Breno, na longínqua Roma; ameaçada: “Vae victis!”

 

E nesse delibar processual, o Rei Charles I perdeu a cabeça separada a machado, repetindo sem ser ouvido: “Nenhum poder terreno pode justamente chamar-me (que sou seu Rei) em questão como delinquente … os procedimentos deste dia não podem ser garantidos pelas leis de Deus; porque, pelo contrário, a autoridade de obediência aos Reis é claramente justificada, e estritamente comandada no Velho e no Novo Testamento …

Em outra via, e em contundente ousadia, tudo lhe seria inútil, porque um Lorde Protetor Corajoso, o mais que cerebrino, Oliver Cromwell, o trataria refém de um julgamento eminentemente político, em cujo cenário nenhum dos deuses comuns o vogariam.

Se Charles I perdeu a cabeça em Londres, o mesmo aconteceu com Luís XVI, o cidadão Luís Capeto, guilhotinado em Praça Pública da Revolução, hoje rebatizada como Praça da Concórdia, nos albores do chamado regime do Terror Revolucionário, porque não bastava à República tê-lo sido proclamada em convenção…

Era preciso matar o Rei, reeducar o seu Delfim, criança frágil, encarregado a um ébrio cidadão sans-culotte, que no afã de lhe retirar os vícios, deixou-o morrer por inanição e frio.

Ou seja, tudo fora aprovado pelas leis vigentes, por adredemente preparadas; seus juízes, seus advogados, e toda sua ampla serventia.

No contexto do julgamento de Luís Capeto, em bom exemplo, bem vale repetir o pronunciamento de Maximilien Robespierre, que citando os argumentos de Saint-Just, o “Arcanjo de Deus”, dissera : “Luís chamou para castigar [o povo francês] os exércitos dos tiranos, seus confrades: a vitória e o povo decidiram que o único rebelde era ele; ele já foi julgado. […] Declaro com pesar esta verdade deplorável, mas Luís deve morrer , porque a pátria precisa viver.”

E mais, só para dizer mais um grande perigo que os julgamentos políticos encerram. A mesma Convenção estabeleceu depois: “quem na França se disp a restabelecer os reis e a realeza, seja qual for a denominação , será punido com a morte”.

O deputado De Sèze, discursando em favor de Luís XVI, verberou inutilmente perante seus colegas:  “Procuro juízes entre os senhores e vejo apenas acusadores”.

Já o Rei Luís Capeto, mais inútil ainda, falou docemente: “Minha consciência não me acusa de nada”.

E quando aqueles outros, por mais ingênuos bem o pediam um julgamento popular, de Saint-Just tiveram a derradeira e definitiva oposição: “Nós julgamos os reis perante o Universo”.

Porque a própria Convenção o estabeleceria do Réu-Rei, seus dois defensores: Malesherbes, que se candidatou por ter sido seu Ministro, e De Sèze, um advogado de Bordeaux, causídicos que em tempos de muito barulho e baixa escuta revelaram-se tão inúteis, quanto pior ameaçados.

O rei foi considerado réu e culpado por 707 votos a zero.

Por 424 votos contra 287, decidiram que o seu julgamento não seria ratificado pelo povo.

Por 387 votos a favor da pena de morte, contra 234, a morte venceu por 53 votantes.

Pleiteou-se depois um Sursis, afinal alguns que escolheram a pena capital, sentiram-se assaz desconfortáveis.

Tudo restou, porém, inútil, porque o Sursis foi rejeitado por 380 a 310, o Rei sendo decapitado, sendo-lhe negado o discurso final, mal escutado por frenético rufar de tambores.

Tambores à parte, a navalha revolucionária ficou cada vez mais sedenta de sangue., com os julgamentos, sempre políticos; se sucedendo.

O sábio químico Antoine de Lavoisier, “Pai da Química Moderna”, por exemplo, foi julgado junto aos “Fermiers”, os cobradores fazendários de então.

Quem hoje gosta ainda de algum cobrador de imposto?

De igual modo àquele tempo, quando alguém quis lhe poupar a cabeça por ser um sábio, um cientista, um dos seus acusadores julgadores, o implacável Fouquier-Tinville, verberou impávido de sua curul julgadora: “La République n’a pas besoin de savants” “A República não precisa de sábios” em lapidar verdade exaltada, toda e sempre!

O que restou belo, após o tremor Prairial Revolucionário, ceifando nobres e prelados, por inicio, grassou depois pela Direita Girondina, dita reacionária, virando o  rumo e o aprumo, chegando por fio dos tempos aos cordéis Termidorianos, em que não mais houve julgamentos em corte e  debate, havendo o puro e simples desbaste da esquerda biliosa dos Jacobinos e Enragés exaltados, até que as águas se acalmarem com os tempos Brumários, autoritários, trazidos por Napoleão, o “Pequeno Caporal”, que tudo amainou, virando novo Rei Imperador.

Se a Revolução sa muitos fatos revelou, do Czar Nicolau II e sua família, talvez porque um seu julgamento os fizesse mundialmente traumáticos, foram logo eliminados por Vladimir Lenin, e sua Revolução Bolchevista, que não os poupou, aprisionando-os numa moradia isolada, a Casa Ipatiev, localizada em Yekaterimburg.

Conta-se que o Czar Nicolau, sua esposa Catarina e todos os seus filhos menores, foram arrumados em roupa de festa como se ali estivessem para ser fotografados, sendo fuzilados por valente guarnição de trabalhadores, todos alistados a serviço do novo regime; a República do Proletariado.

Muita coisa se poderia dizer ainda destes julgamentos, sempre notáveis, por republicanos!

No Brasil, hodierno, por Republicano, os Golpes de Estado se fazem agora com uma simples pichação de uma estátua, com os dizeres em batom labial de “Perdeu, Mané!, sem virgula por pontuação ou mera interjeição.

Em contraparte repetida à exaustão, o noticiário está a querer por reprodução sucessiva, acusando o vil golpe desferido, sem exibir qualquer prova, que um grave crime atentatório contra o Estado Democrático de Direito foi cometido na Praça dos Três Poderes, no fatídico domingo 8 de Janeiro, já que as câmaras escondidas nada flagraram, por estarem, inexplicavelmente, desligadas!

Como do fato vale o ato, e o conto que dele se conta, a manicure Débora, foi apenada sem recursos e sem sursis: a 14 anos de reclusão fechada, dos quais dois já o foram cumpridos, preventivamente, acrescidos agora de uma modesta multa de CR$30.000.000,00, trinta milhões de Reais, só para delimitar com seis dígitos de zeros bem redondos, a pena futura do “criminoso-mor”, Jair Messias Bolsonaro, em delito análogo ao dos Reis Charles I e Luís XVI, a receber pena maior, inclusive porque a nossa República não permite ainda; nem o cepo do machado, nem o cutelo da guilhotina, muito menos a forca que sufocou Tiradentes, ou qualquer vil garrote espanhol, que bem possa invocar em seu pior padecer.

Pode o Mito Bolsonaro reivindicar pena mais leve enquanto Réu?

Eis o desfecho esperado em nossos tempos, sem esperança de vingança!

Se até ontem o Mito Bolsonaro era um Pré-Réu. Logo mais será um Réu. Um Réu sem crime, é verdade!

Pergunto eu finalizando, e sem ser arrolado ainda, de repente alguém me insinua um erro maior, por pensar tão divergente: é preciso cometer algum crime quando o julgamento é político?!

Para alergia de seus muitos inimigos, o Mito os desafia, digno ainda, e mais do que nunca os incomodando, por imbroxável!

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Por que estou aqui? 5p3y5a /blogs/odilonmachado/por-que-estou-aqui/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Sat, 22 Mar 2025 11:35:11 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blog]]> <![CDATA[bfonet]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=579899 <![CDATA[

Os que me acompanham, sabem que o meu opinar é respeitoso e pouco sinuoso. E nesse encurvamento cuidadoso, evito parecer vaselinoso, covarde mesmo, afinal nunca me arroguei, nem justiceiro, nem andante cavaleiro, como Dom Quixote, sem sua Dulcinéia, campeando moinhos-de-vento, como se fossem parapentes do Ferrabrás, insolente demônio, a zombar de fracos e de tantos […]

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Os que me acompanham, sabem que o meu opinar é respeitoso e pouco sinuoso.

E nesse encurvamento cuidadoso, evito parecer vaselinoso, covarde mesmo, afinal nunca me arroguei, nem justiceiro, nem andante cavaleiro, como Dom Quixote, sem sua Dulcinéia, campeando moinhos-de-vento, como se fossem parapentes do Ferrabrás, insolente demônio, a zombar de fracos e de tantos desvalidos.

Sem requerer melhor valia, procuro ser cauteloso, cuidadoso mesmo, afinal como já disse em textos outros; Hic num sont dragonis!”, ou seja: comigo aqui ninguém encontrará dragões.

Por quê digo assim, se nesses Tempos Quaresmais; quadra de reflexão, de perdão e de abstinência até, por sacrifício…?

Por quê falar de perdão, sé é tão difícil perdoar, absolver; anistiar!; palavra que está posta em jogo no noticiário, só para denunciar o atrabiliário insolente e o inclemente salafrário, por intolerante, sempre recidivante, como urtiga, hoje se achando melhor herói paladino “in novel cantiga”, por “defensor da democracia”, usando até os feitos acontecidos e romanceados, no filme “Eu estou aqui!”, cuja versão é veraz e contumaz, por antraz persecutória, de contemplar com antolhos e viseiras a intolerância de modo lateral e desviante, relembrando o regime autoritário militar que ou, e vingou por algum tempo, mas que já se foi e se escafedeu, sem resistência e sem luta; e só por fadiga e pleno cansaço!, afinal permaneceram os mesmos homens, todos combatentes em combinadas “guerras de tesouras”, que aos “milicos” sustentaram sempre, sob escolha eleitoral da nação em urnas nunca denunciadas, nem fraudadas, no antes daquele regime, durante todo o seu dirime, e no depois sem quase arrime; afadigado!

Sem falar que no “apois”, no “adepois”, e no “ora pois”, que vingou no pós-regime militar, permaneceram os seus mesmos cortezões e apoiadores, agora refazendo as leis e renomeando os nomes-dos-mesmos-bois, dizendo estar a “sepultar todo o entulho autoritário” sucedâneo, até com uma  Constituição Nova, a sétima!, dita “Cidadã” sendo gestada, hoje não tanto louvada como deveria, por já trintona, balzaquiana e má “cidadona”, em sua conduta esquerdista, e desviante por levógira, e que se incomoda no hoje repetido, e no agora por se contemplar declinante, com o povo derivante, preferindo o livre pensar da direita, considerada terrível; por fascista!

Fascista por quê?

Ninguém o responde, afinal se antes chorava-se tanto “com tanta gente que fugiu num rabo de foguete”, hoje ninguém vê que o pranto é igual àquele do “irmão do Henfil” que partira, com tantas famílias mourejando perseguidas e indefesas, culpadas pelo nunca real de todo apurado; “golpe de estado desarmado de oito de janeiro”; o já famoso “golpe do batom”, que o povo no presente momento começa a fustigar nas ruas seus algozes, muitos Asmodeus corifeus, e tantos carrascos inclementes, que se postam em escritos ominosos contra a anistia e o seu perdão.

E é aqui que eu me pergunto: Por que ser contra a Anistia, se ela a Anistia, é um desarmar de espíritos; é um exercício de tolerância; é um reconhecimento de próprios erros, pois todos o temos por atos, omissões e desejos, frente a tudo que nos incomoda?

Não é a Anistia, um arrefecimento necessário para pacificação de ânimos, ou queremos sempre reiniciar uma batalha?

Não foi com Anistia, com pacificação de espíritos, que os povos construíram o seu viver, profligando a melhor convivência em tantas diferenças?

Ou tudo pode restar sob o tacão da intolerância com primos se matando pouco ou longe, igualmente a Israel nos ensinando que tem que eliminar o seu vizinho Hamas, sem perdão e piedade?

E nessa atual herdade, por espólio, Ó Senhores Congressistas, é dos Senhores que é requerido o bem gerir deste momento trevoso por qual a o nosso infelicitado país.

Nesse sentido, apelo a Vossas Excelências a combater o bom combate e não se arrefecer diante dos ganidos da sempre hidrófoba perfídia, das imensas víboras e das contumazes serpentes, sempre presentes a cercear a tolerância e o desarme dos espíritos.

Se alguns, uma grande multidão, invadiu a Praça dos Três Poderes num dia  de domingo, ninguém foi ali porque estivesse feliz.

Aquele povo estava infeliz, e continua!

Se alguns quiseram ali destruir cristais, é porque o desembesto aconteceu simplesmente.

De novo podendo acontecer, afinal ninguém pode se assentar sobre sabres e baionetas, muito menos pelo temor de a todos encerrar em masmorras de presídios.

Nos presídios e nas masmorras, a sociedade só aceita que ali sejam enjaulados aqueles que nos ensejam algum perigo, por criminalidade e/ou necessidade, por segurança.

No mais, encerrar debaixo de grades, eventuais “patriotas” ou “desvairados idiotas”, chamemo-los como quisermos, mesmo porque todos nós o somos bons ou maus compatriotas, não soa bem pior remédio para uma moléstia que a todos atinge e nos contamina sem vacina?

E nessa antivacional alucinação, não estão os anistiados de ontem a requerer novas chacinas e já em buscas de outras carcaças a exibir, sem se acharem os piores atores e contraventores contra a Anistia requerida  hoje?

Não anima a estes anistiados de ontem uma alucinatória revanche pelo perdão recebido, ao qual bem o denuncia como insuficiente e insatisfatório ainda, por vendeta?

Eis um recado bem dado, só por advir de gente ruim, que não se crê tanto assim…

Estaria essa gente, por abstruso, posando de Hamas, a merecer, por absurdo, nenhuma alforria, senão o seu extermínio final; definitivo!?

E nessa disparatada imprecação, existe tanta gente assim no mundo, ruim, pior e tóxica, que só bem merece, sua aniquilação pura e simples?

Se ela existe, eis uma toxidez perniciosa a combater, nunca para eliminá-la, afinal os homens devem saber conviver sem se destruir.

Infelizmente, é bom repetir, tal toxidez costuma rebrotar nos tempos terríveis e atrabiliários, como agora!

É contra estes seres tóxicos que eu estou ainda aqui!

Tudo isso para dizer que eu campeio pela Anistia!

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Três temas ou nenhum? w4h5n /blogs/odilonmachado/tres-temas-ou-nenhum/ <![CDATA[Odilon Machado]]> Tue, 18 Mar 2025 10:24:52 +0000 <![CDATA[Odilon Machado]]> <![CDATA[blogs2025]]> /?p=579229 <![CDATA[

Pretendo falar de três temas; todos conflitantes com o livre pensar dominante. O 1º, sobre alguns discursos, partindo do alucino do Presidente Luís Inácio, agora enchapelado, enveredando no belicismo tresloucado de Emmanuel Macron, e até desconfiando de tudo, inclusive do ingênuo pacifismo à Donald Trump. O 2º, sobre o DOGE, esse Departamento Eficiência Governamental de […]

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Pretendo falar de três temas; todos conflitantes com o livre pensar dominante.

O 1º, sobre alguns discursos, partindo do alucino do Presidente Luís Inácio, agora enchapelado, enveredando no belicismo tresloucado de Emmanuel Macron, e até desconfiando de tudo, inclusive do ingênuo pacifismo à Donald Trump.

O 2º, sobre o DOGE, esse Departamento Eficiência Governamental de Elon Musk em vã tentativa de desbastar a máquina publica do Governo Donald Trump, que vem suscitando tremores até por aqui junto aos nossos falantes papagaios e tantos gorés pondo já o casco de molho, com medo da nova moda.

E no 3º, falarei de alguns porquês de estarmos todos aqui ainda; e resistindo!; justo em tantos infindáveis assédios “poraquês”, daqueles peixes-elétricos pouco vorazes, e bem temidos como as piranhas, que entre muitas mordidas e arranhes de turvas águas, veem querendo aniquilar e eletrocutar, o mais que amado e sempre temido; Ex-Presidente Bolsonaro!, que continua não só aqui, como ali e acolá, sendo aplaudido, mesmo que já deveras; inelegível!

Vamos ao primeiro:

O Presidente Lula depois que perdeu o afago das massas e resolveu se exibir enchapelado, mesmo ao abrigo, e parecendo mais que nunca, nos discursos; alucinado!

Estaria Lula mouco, ou com o juízo avariado?

Por acaso algo lhe vem sobrando no seu crivo, desarrumado, ele que se destacara como finório e notório “encantador de serpentes”?

Estará Lula agora sem se contemplar no espelho e sem se ver ilhado num governo desvairado, com inflação crescente, taxando o contribuinte já exangue, empobrecendo-o sobremodo, sem dó, esperança ou piedade, e sem se culpar do que faz e do que diz sem correção nem borracha escolar que o contenha?

Crê-se Lula, “imborrachável” (não confundir com “imbrochável” , que é grito de outro bem melhor por confiável!), rasurando-se no que diz e propaga, agora querendo manchar a história dele e nossa, contemplando-se com se fora o distante operário das Indústrias Villares, justo no período em que o Brasil se desenvolvia economicamente, por revolucionário; tempo em que a inflação estava contida e ameaçava recidivar, bem menor do que hoje com ele na Presidência e com ele só vai regredir e jamais avançar?

Acredita-se Lula, só para regosijo de sua claque, barulhenta, piqueteira e bisonha, ter o poder de tudo falsear, até da nossa História, se descrevendo contumaz fagueiro no palanque, enquanto jovem e operário e sem saudade do dedo perdido, em meio a uma inflação enxergada por ele, Lula, de 80% ao mês, atribuindo-a facciosamente ao Regime Militar, este sempre culpado de tudo nos seus lábios, e de sua ampla e sobeja caterva, quando tal inflação destrambelhada só acontecera na “Nova República”, justo nos anos 1990, por império crescente daquele desmando advindo por descontrole das finanças públicas?

Não está o Lula se usufruindo do bom olvido coletivo nacional, segundo o qual em esquecimento notório a cada duas décadas, podemos tudo deslembrar, afinal seremos sempre um país onde bem dissera um dia Millôr Fernandes: “No Brasil até o nosso ado é incerto?”

E nessa certeza cruel, pode Lula mentir e chalrar à vontade sem corretivos por freio, porque nesse enleio, devaneio e desavio, sua claque bem se divertirá assim, com o país fazendo o L, e já arrependido?

Um arrependimento que surge lentamente, aqui em terras ressequidas nordestinas, porque foi o Nordeste, tão pedestre quanto imodesto, que não se viu, e pouco se vê  ainda, ter sido o responsável pelo coice equestre de jerico dado ao nosso infelicitado país, preferindo Lula ao Mito Bolsonaro, por 70% de seus votos, nunca tão dantes “embugrecidos” e “emburrecentes”, mesmo que a isso se lamente por vera e pura parasitaria nacional, a requerer vastas doses de antiparasitários e vacinas.

Por acaso não foi com tal coice de jumento, que restou ao Brasil, esta grande vitória das “forças progressistas”?

Não foi este golpe uma idiotice traseira, por asinina, um fruto incestuoso, mal gestado, malparido e mal gozado, desde o “Grito ruminado e pouco ouvido lá nas Vetustas Arcadas do Largo São Francisco”?

Só para dizer que o sêmen é o mesmo, mas o degenero fica por conta de quem gesta ou mal digesta?

E nessa terrível má-gesta o que fazer se um dia o mesmo Millôr Fernandes bem dissera por gracejo, sem pensar nos pedestres do nordeste: “Todos os países são difíceis de governar. Só o Brasil é impossível”.

E porque assim o é, Lula pode mentir às mancheias, mandando o país para a “casa do chapéu”, afinal em verve igual: “O Brasil tem (ou sempre terá) um glorioso ado pela frente”. Tudo a repetir!

E porque assim parece ser com tanta indiferença publicada, não será bom o nosso país repetir tal ado ingloriosocom a inflação recidivando, ao arpejo irresponsável solfejado no palanque!?

Não é assim que a imprensa, grande ou pequena, toda ela pigmeia, amiudada, sem se contemplar, tão reduzida, por pigmaica e pior apequenada, no que escrevem e opinam, parecendo se resfolegar, e gargolejar, verbo aqui repetido em negrito e sublinhado, para não ser confundido com mero gargarejo, ou simples gorgolejo, porque o sobejo aqui escrito, vem para ser pesquisado nos comuns dicionários, afinal é nesse enviés que eu vejo a mídia; “gargolejando”o Lula e seus discursos.

A mídia não parece se orgasmar assim, por realejo, justo no Lula Presidente;  “tri-coroado”, e “descondensado”, esta estupidez só brasileira, até para bem ser epetir no mesmo excitar, gargolejo?

A fastado, todavia, de tão amplo grugulejo , pergunto eu sem invocar qualquer lampejo:   Deve o país continuar a se subverter?

Jamais! – respondo eu, quase sozinho! E aqui nesse espaço, sobretudo!

Até porque melhor é restar assim sozinho, do que mal estar, ou estar mal: acompanhado!

Mas deixemos Lula e seu chapéu!, afinal tudo a e nós também. Como diziam os antigos: “Quando a cabeça não pensa, com chapéu ou sem ele, é o corpo quem paga!”

Foi-se o tempo em que a picanha não era tão  chicória quanto jerimum, o Pix era pra ser taxado mas não foi, os ovos de pato e jabotis viraram melhor petisco, e a isenção de impostos abaixo de R$5000,00, soube-o ontem que virá ou já vingou esquecida, afinal o Leão do Imposto de Renda vem rosnando com a tabela “des-corrigida”, ou seja, o contribuinte com Lula  sempre paga mais, por salutar efeito inflacionário, tudo isso refazendo o inventário de uma imprensa servil que nada denuncia em nosso favor.

O 2º Tema seria do DOGE de Donald Truump à Elon Musk, que já está arrancando os cabelos dos nossos sindicalistas no Serviço Público, já que essa casta só parasita na máquina pública, porque em sendo “muitos e portanto sendo fortes”,ninguém os ousou assoprar para provar-lhes que são apenas um simples castelo, de cartas inúteis de um baralho!

Por vias melhores, deixemos o DOGE e seus efeitos, e ingressemos em outro borralho.

 

Falemos do “churchulliano”,Emmanuel Macron, e seu equivocado belicismo francês.

Se de Millôr Fernandes ainda vale repetir que “A história torna o homem incrédulo, a poesia indefeso, a matemática, frio, a filosofia, soberbo e a moral, um chato”, o que dizer agora da França de Emmanuel Macron, com este posando de novo belicista na TV, querendo preparar os ses para uma nova guerra?

“Si vis pacem, para bellum!”  Se queres a paz, prepara-te para a guerra!

Eis o velho mote latino renovado pelo Presidente Macron em discurso televisivo esta semana.

Bancando mais “chuchulliano”, que Winston Churchill, segundo alguns comentadores, a eles me somo e acrescento, porque depois que o buldogue inglês foi retratado pelo cinema americano nas fitas “Dunkirk” e “O Destino de uma Nação”, todos o querem imitar em falas teatrais postas na boca de  Henrique V por William Shakespeare em Azincourt e sobre inspiração de São Crispim, o santo padroeiro daquele pantanal cenário, que ali está e continua atolando a cada chuva ao desabrigo.

Sem São Crispim para ajudar a tantos desabrigados em batalhas perdidas, ninguém lembra que bem antes da “Operação Dínamo” retratada nos filmes por “Retirada de  Dunquerque”, um Churchill jovem, comandando o almirantado bretão, enterrou milhares de cadáveres em terras turcas, aí incluídos, ingleses, indianos, australianos,neozelandeses, africanos e canadenses, o mundo todo anglófilo e colonial, no famoso feito bélico de Galipoli, vencido por Mustafá Kemal, o “Atatürk”, justo nas aperturas avizinhadas do Helesponto, só transposto por Alexandre , o Grande, em ternas eras posteriores à Troia de Priamo e Hecaba, pais de Heitor, o sem temor, e de Cassandra, aquela que a ninguém convencia, por ilusória e fantasiosa, e outras coisas perniciosas como aquelas que gestar iras e guerras como os desamores de Menelau, corneado por Paris e Helena, e de Aquiles, guerreiro só vulnerado no acalcanho, falando também de seu amor nada estranho por Pátroclo, tudo historiado em versos na Hilíada, por Homeroperenizada.

Mas aí eu não divago, porque a geografia é a mesma, afinal o Helesponto vencido por Alexandre, o grande grego-macedônico, reza bem próximo da mesma  Troia cantada na Ilíada de Homero, com as águas não sendo as mesmas, desde Heráclito de Éfeso, com muito sangue estupidamente vertido e continuamente enxaguado, desde o montante do Dnieper Rio Ucraniano, em litigio russo-ucraniano continuado, ando pela Criméia, península, vingada russa por tenaz empenho da Grande Czarina, Catarina II, isso no delibar do Século XIX, onde ali não vingou nem “A carga da Brigada Ligeira de Tênisson”, de tantos ingleses coloniais tentando permear velhos caminhos marinhos, dominar o Mar Negro e o de Mar de Mármara, conquistar o Chifre de Ouro, magnifico, e os estreitos de Bósforo e Dardanelos, pontos estratégicos de ontem, de hoje e de sempre, que  ali estive bem próximo, justo a Gallípoli, onde Winston Churchill fracassou, tentando visitar o cemitério de Anzao, tema de um texto meu, aqui nesse blogue, publicado em 24 de abril de 2015, que pode ser ado em, contendo a referida saga sempre repetida:

Gallípoli; Cem anos de um grande desastre.

Pois bem, como dissera um dia o próprio Churchill por sua própria experiencia: “Na guerra só se pode morrer uma vez; na política, várias”.

Se Churchill tivesse morrido pela Anzao, lá em Gallípoli, seu charuto não se vangloriaria com o fracasso de Daladier e Chamberlain, perante a Munique de Hitler, agora revisitado por Macron, querendo trombetear seus clarins guerreiros contra a Rússia de Putim, justo quando o efeito laranja, Donald Trump, ameaça desarmar o guarda-chuva americano da OTAN.

O tema me vem agora porque a história sa se repete em sucessivas tragédias.

Se Azincourt está muito distante lá na “Guerra dos Cem Anos”, a França não restou para sempre inglesa, naquele atoleiro, porque o rei inglês Henrique V, tão decantado herói por Shakespeare, morreu logo depressa de sua volta da heroica batalha, assolado por uma diarreia que o consumiu, legando o novo reino conquistado a seu filho e sucessor, Henrique VI, que entre outros imbróglios, teve os seus exércitos vencidos pela Pucelle de Orleans, Joana d’Arc de Don-Re-Mi, a quem incinerou como bruxa e feiticeira.

Feitiçarias à parte e também sem diarreia, o charmoso rei francês, Francisco I, guerreando o Teuto-Espanhol, Carlos V, do Sacro Império Romano-Germânico, foi por este aprisionado em Pavia quando invadia a Espanha em 1525, justo 500 anos ados, ficando ali arrestado, só sendo solto mediante o Tratado de Madrid em renuncias dos feudos de Artois, Flandres e Borgonha, e por pior e mais humilhante, sendo substituído no cativeiro, pelo seu filho Delfim, Henrique II, um menino que sofreu o diabo no presídio  restando um Rei frágil e medroso, que casou com Catarina de Médici, legando três reis sucessores e piores, resultando nas guerras de religião, com o massacre de São Bartolomeu, e por final se extinguindo a Dinastia dos Valois, com a ascensão de Henrique IV, aquele Bourbon notável de Navarra, marido da charmosa Rainha Margot, interpretada pela belíssima Isabelle Adjani, na obra romanceada por Alexandre Dumas, e para quem na História:  “Paris bem valia uma Missa”.

Uma Missa de Réquiem a repetir para sempre, porque o grande Rei Burbom,  Luís XIV, o Rei Sol dos ses, teve suas tropas vencidas pelos holandeses que abrindo os diques atolaram, para sempre, os seus exércitos ses, o mesmo acontecendo com Napoleão em Waterloo, perto dali, com a França sofrendo revezes sucessivos, ora com os ingleses a oeste, ora com os holandeses e belgas nas terras baixas além Flandres e Ardenas, e até com os alemães que se unificaram em Versailles com Oto von Bismarck à frente, ocupando Paris em 1870, retirando-lhe até os territórios da Alsácia e Lorena, sempre trocados de mão a cada refrega.

Por Missa de Réquiem aconteceria também os infaustos acontecimentos entre 1870 e 1914, início da sangrenta 1ª Grande Guerra, quando o revanchismo francês, por seus mais notáveis cantadores; bem diziam “Como é bonita a guerra”, na euforia de Apollinaire, “esse poeta maravilhoso cuja fraqueza foi intoxicada pela força bruta, pelo entusiasmo de Charles de Péguy, que “morreu feliz guerreando uma guerra justa”, Paul Claudel,  Drieu la Rochelle, o terno aviador Antoine de Saint-Exupéry, e de toda uma geração empeçonhada pelo nacionalismo francês, que além de alguns recalcitrantes, Jean Giono ou Henri Barbusse, buscava na guerra uma forma de provação, da justiça de Deus.

Nesse particular de empeçonhento coletivo, é bom lembrar do tribuno Jean Jaurès que foi justamente assassinado quando sozinho ceava, baleado num restaurante por um sicário Raoul Villain, tema de outro texto meu a ser localizado em:

 https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=/blogs/odilonmachado/nao-sou-cavalo/&ved=2ahUKEwigt6me4ImMAxU5qZUCHdaJKsgQFnoECBYQAQ&usg=AOvVaw1uNKKafaxhrlhGWlZP6wmf

Jaurès que foi assassinado só porque era contra o envolvimento de seu país numa guerra que a França atolou-se nas trincheiras narradas pelo ingles Erick Marie Remarque eno bestseller “Nada de novo no Front”.

Guerra que a França perderia, não fosse o socorro do mundo ocidental, em particular o guarda-chuva americano, auxílio que fez o Marechal Philippe Pétain, grande herói daquele conflito em Verdun, para depois servir de estorvo e bode expiatório na guerra que seguiu depois, quando se rendeu frente a Hitler.

Mas a guerra suscita esta euforia maluca da qual bem falou porque a viveu, Stefan Sweig, que dela fugiu para entre nós se matar com sua Lotte querida, justo em terras pacificadas brasileiras, com tantas bundas de istas e porta-bandeiras.

Porque se Jaurès foi assassinado indefeso, o seu processo acontecido após a derrota alemã, por grande euforia sa, inocentou com marselhesa e tudo o seu assassino, condenando a viúva de Jaurès a pagar custos do processo.

Ou seja: a guerra suscita os instintos mais primitivos, por humanos.

Daí está o Presidente Macron, esquecido de tantos revezes guerreiros, e sendo varrido por uma votação declinante, querendo rufar tambores e cornetas, para uma nova refrega contra os Russos, seus vizinhos ao norte com quem bem deveriam conviver.

Se há tanta coisa a convergir, por que divergir tanto a ponto de terçar armas, e armas nucleares?

Não vê o Presidente Macron em tantas batalhas perdidas e tantos infaustos acontecimentos, que a França tem tido muita sorte nas guerras “vencidas”, e até vem sendo poupada em termos de destruição física e material?

Por acaso Paris permanecerá poupada e luminosa, como seus invasores o fizeram em 1870, com Bismarck, e depois, entre 1914 e 1918, e por pior, em 1940, quando os ses corriam dos alemães escorçados e esbaforidos pelas Ardenas, com os parisienses assistindo posteriormente a tudo, envergonhados e acoimados,  vendo Adolf Hitlerdançar na tumba do Soldado Desconhecido na Étoile, com os exércitos nazistas desfilando vitoriosos na magnífica Champs Élysées, tisnando a moral marselhesa e conservando o seu bem  material, porque já bem o dissera Ernst Hemingway, isso desde o seu tempo mais boêmio; Paris não é uma festa?  “Quousque tanden?”

Até quando seus invasores manterão tal respeito e atenção?

Por acaso não vale sempre aquela celebre frase de Breno: “Vae victis!”, ou ai dos vencidos!, tão simples quanto verdadeira?

A parte tudo isso, o discurso de Emmanuel Macron ressoou “chuchuelliano”, açulando receios à Daladier e Chamberlain, sem lembrar que a história de guerras só produz lágrimas e sofrimento, mesmo erigindo tantos heróis nos Panthéons desfigurados e nos Invalides recusados, como o fez Charles De Gaulle, seu derradeiro herói, já esquecido.

Porque agora, com tanto formador de opinião se achando bem maior que  Carl Phillip Gottlieb von Clausewitz, ou mesmo o chinês, Sun Tzu,  ninguém dirá depois que quem a guerra vence ou dela é perdedor, sobrará apenas o laudo final equivocado de levas de historiadores e de seus contumazes estoriadores, por mistificadores, até no cinema!

Mas, se já falei muito sobre os dois temas acima, deixarei o terceiro para um outro dia.

Qual foi mesmo ele, que já esqueci?

Lembrei-me, agora! É a respeito dos muitos poraquês e de tantos porquês de quererem eletrocutar o mais-que-querido e mal odiado, Ex-Presidente Bolsonaro.

Isso é tema que irá persistir por melodia continuada.

Posso até dela desistir, enquanto disco arranhado, porque nada muda nesse eterno país do futuro!

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